Política
11/12/2012 06:39:31
Jornal: mensalão pagou despesa pessoal de Lula, diz Valério
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso às declarações de Valério e trouxe detalhes das denúncias na edição desta terça-feira.
Terra/PCS
\n \n O empresário Marcos Valério disse, em depoimento prestado em 24 de setembro\n à Procuradoria-Geral da República, que o esquema do mensalão ajudou a bancar\n despesas pessoais não-especificadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva\n em 2003.
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso às declarações de\n Valério e trouxe detalhes das denúncias na edição desta terça-feira. Ainda de\n acordo com a publicação, o ex-presidente deu "ok" para os empréstimos\n que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada, em reunião no Planalto\n com a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio\n Soares. \n \n Os recursos provenientes do mensalão teriam sido depositados na conta da\n empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, espécie de\n "faz-tudo" do presidente Lula, segundo o jornal. Valério ainda\n afirmou que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. O\n empresário afirma que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados para\n defendê-lo no processo foram pagos pelo PT e relatou a montagem de uma suposta\n "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André da gestão\n Celso Daniel. Em outra parte do depoimento, Marcos Valério diz que o diretor do\n Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto o teria ameaçado de\n morte caso ele "contasse o que sabia". Valério conta, ainda, que\n repassou R$ 512.337 do esquema para financiar a campanha de Humberto Costa (PT)\n ao governo de Pernambuco, em 2002. O senador nega. \n \n O mensalão do PT
\n Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no\n suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto\n Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares\n da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os\n interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado\n federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara.\n Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos\n públicos até 2015.\n \n No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como\n operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e\n ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o\n ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de\n quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa. \n \n Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República\n para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que\n fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos\n 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de\n figurar na denúncia.\n \n O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto\n esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon\n Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência\n SMPamp;B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três\n crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. \n \n A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José\n Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por\n formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário\n Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por\n lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de\n Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de\n Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato,\n corrupção passiva e lavagem de dinheiro. \n \n O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por\n peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda\n parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto\n Jefferson. \n \n Em julho de 2011, a\n Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o\n STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da\n Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal\n (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.\n \n A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão\n tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino\n Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar\n dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados\n de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a\n nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal\n de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.\n \n \n
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso às declarações de\n Valério e trouxe detalhes das denúncias na edição desta terça-feira. Ainda de\n acordo com a publicação, o ex-presidente deu "ok" para os empréstimos\n que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada, em reunião no Planalto\n com a presença do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio\n Soares. \n \n Os recursos provenientes do mensalão teriam sido depositados na conta da\n empresa do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, espécie de\n "faz-tudo" do presidente Lula, segundo o jornal. Valério ainda\n afirmou que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. O\n empresário afirma que os R$ 4 milhões pedidos por seus advogados para\n defendê-lo no processo foram pagos pelo PT e relatou a montagem de uma suposta\n "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André da gestão\n Celso Daniel. Em outra parte do depoimento, Marcos Valério diz que o diretor do\n Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto o teria ameaçado de\n morte caso ele "contasse o que sabia". Valério conta, ainda, que\n repassou R$ 512.337 do esquema para financiar a campanha de Humberto Costa (PT)\n ao governo de Pernambuco, em 2002. O senador nega. \n \n O mensalão do PT
\n Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no\n suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto\n Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares\n da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os\n interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado\n federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara.\n Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos\n públicos até 2015.\n \n No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como\n operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e\n ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o\n ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de\n quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa. \n \n Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República\n para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que\n fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos\n 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de\n figurar na denúncia.\n \n O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto\n esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon\n Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência\n SMPamp;B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três\n crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. \n \n A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José\n Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por\n formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário\n Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por\n lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de\n Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de\n Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato,\n corrupção passiva e lavagem de dinheiro. \n \n O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por\n peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda\n parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto\n Jefferson. \n \n Em julho de 2011, a\n Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o\n STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da\n Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal\n (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.\n \n A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão\n tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino\n Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar\n dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados\n de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a\n nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal\n de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.\n \n \n