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A Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro enviou ofício à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Federal determinando que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho cumpra pena em um presídio estadual.
Em nota, a Justiça do Rio informou que A Vara de Execuções Penais enviou ofício ao secretário de Estado de Administração Penitenciária, coronel Erir Ribeiro da Costa, determinando a transferência do ex-governador Anthony William Matheus de Oliveira, o Garotinho, do quartel dos Bombeiros, no Humaitá, para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
A VEP tomou a decisão após ter conhecimento de que, ao ser preso, o ex-governador Garotinho foi levado para o quartel dos Bombeiros e não para a Cadeia Pública, destinada aos presos provisórios, com curso superior.
Preso em operação nesta quarta-feira (22), Garotinho foi levado para o quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá no início da tarde. Segundo o advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, ele foi levado para o quartel por determinação de um delegado da Polícia Federal.
"Quem determinou que ele ficasse aqui no quartel foi o delegado. Foi uma medida que ele verificou do risco que Garotinho poderia correr indo para o presídio onde Sérgio Cabral está e a quadrilha do PMDB. Uma questão de respeitar a integridade física dele", afirmou o advogado do ex-governador.
Na mesma operação, Rosinha Matheus foi presa em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e levada para o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos.
Rosinha e Anthony foram presos nesta manhã em ação da PF relacionada às delações da JBS. Segundo as investigações, a empresa teria doado, via caixa 2, R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho ao governo do RJ em 2014.
Empresários também disseram à PF que o ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem firmados. A prisão de Garotinho e Rosinha é preventiva e não tem prazo para liberação.
Investigação
Na ação da PF nesta manhã, os agentes saíram para cumprir 9 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão expedidos pelo juiz eleitoral de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Segundo a polícia, a ação apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.
Rosinha Garotinho foi transferida, por volta das 11h40, da degacia da Polícia Federal para o presídio feminino Nilza da Silva Santos, em Campos. De acordo com a defesa do casal, o objetivo é impetrar um habeas corpus no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a soltura de Rosinha e Garotinho, ainda nesta quarta.
Segundo a PF, para fazer o repasse irregular de R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho, a JBS fez um contrato com uma empresa da área de informática de Macaé, mas os serviços nunca foram prestados.