G1/LD
O presidente Michel Temer reuniu nos últimos dois dias os principais parlamentares da base aliada e sua equipe jurídica para discutir a estratégia para barrar a denúncia que chegou à Câmara dos Deputados nesta quinta-feira.
Do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dos principais líderes aliados na Casa, Temer ouviu que o ambiente para rejeitar a denúncia por corrupção passiva, como quer o presidente, é "difícil" e ainda não está garantido, como ventilam os ministros do governo.
Temer quis saber dos aliados o termômetro deles a respeito do placar na Comissão de Constituição e Justica, primeira instância para analisar a denúncia na Câmara. O presidente disse aos aliados acreditar ter cerca de 50 votos. A CCJ tem 67 membros.
Parlamentares relataram ao blog que disseram ao presidente que a conta do Planalto estava inflada. E disseram que ele tem cerca de 30 votos.
Na avaliação dos líderes, partidos que dizem oficialmente ao Planalto que darão seus votos planejam, na verdade, um favor de Temer quando questionados nos bastidores. Justificam que temem o desgaste e pressão já que o voto em plenário é nominal, aberto.
Por isso, afirmaram ao presidente em reunião fechada, Temer não pode descuidar da base aliada como a ex-presidente Dilma Rousseff fez durante o processo que culminou no seu impeachment.
Nesta quinta-feira, após avaliações políticas, Temer reuniu seus principais advogados para discutir a estratégia jurídica.
O presidente planeja não usar as 10 sessões em plenário para se defender, para encurtar os prazos do processo da denúncia.