G1/LD
Nos últimos dias, o PP pressionou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que ele desfizesse o acordo com o PSD pela relatoria da comissão de Orçamento, em troca de apoio para a sua reeleição.
No entanto, Maia comunicou aos caciques do PP que vai manter o acordo com o partido de Gilberto Kassab, que fechou apoio a ele antes.
O relator do Orçamento é quem, no fim, organiza como serão alocadas todas as despesas do orçamento. É quem dá a palavra final: por isso, o poder é imenso. O responsável pelo posto é procurado por todo mundo, tanto com interesses legítimos quanto ilegítimos.
Candidatura própria
Sem a relatoria da comissão de orçamento, o PP reagiu e vai lançar candidato para disputar com Maia. Artur Lira (AL), ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha – atualmente preso – vai lançar sua candidatura e tem por objetivo arrastar outros partidos do centrão, como parte do MDB.
O PP ainda conta com outro candidato, mas avulso: o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, que confirmou a informação ao blog.
Ricardo Barros também confirmou ao blog que a articulação do PP envolvia a relatoria da comissão de orçamento. E disse que sua candidatura é avulsa: "atendi bem no ministério bem a todos indistintamente, e estou tendo boas adesões".
Sobre as negociações, Maia diz que já fez acordo e não vai mudar sua palavra.
Comemora, por outro lado, o apoio do PDT – que descartou uma aliança de oposição com a esquerda para declarar apoio ao presidente da Casa. Em troca, pode ficar com uma vaga na Mesa Diretora.
O apoio do PDT, no fundo, reflete que a mágoa do partido com PT e PSB ainda não passou: durante a eleição presidencial, os dois partidos isolaram o então candidato Ciro Gomes após uma articulação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da cadeia.
A dobradinha deixou Ciro Gomes sem tempo de TV e obrigado a lançar uma chapa puro sangue, ou seja, com uma vice também do PDT.