TMN/PCS
O candidato a prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), é réu por desviar cerca de meio milhão de reais em uma obra em Paranaíba. O caso está na Justiça Federal e será julgado no mês que vem. Enquanto isso, o ex-deputado federal faz campanha pelas ruas da segunda maior cidade de MS.
O crime, segundo denunciado pelo Ministério Público Federal, teria envolvido Marçal e aliados, como ex-prefeitos e ex-secretários municipais de Paranaíba. Consta que houve desvio na destinação de emendas parlamentares.
No detalhamento da acusação, Filho destinou R$ 487 mil de emenda para a construção do Centro de Comercialização de Produtos Artesanais. Para erguer a estrutura, a prefeitura de Paranaíba daria contrapartida de R$ 19,5 mil.
Porém, o MPF entendeu que os engenheiros trocaram o objetivo final do projeto. Em vez de construir algo que valorizasse o artesanato e gerasse empregos locais, o projeto se inclinou para o erguimento de um "Lanchódromo". O contrato, porém, previa exclusivamente o centro para artesanatos.
Ainda segundo a acusação, o espaço para lanches teria o objetivo de conquistar mais votos para os envolvidos no esquema. O local ficou abandonado por 11 anos e virou dor de cabeça para a população, por causa de usuários de droga e criminosos.
"Os requeridos, de modo livre e consciente, causaram lesão ao erário, ensejando perda patrimonial à União e ao município de Paranaíba, em função de desvio de objetivo levado a efeito na execução do contrato de repasse", escreveu a Procuradoria da República.
No processo, Filho negou que tivesse envolvimento no desvio da verba e mudança do projeto, porém o MPF conseguiu documento em que Marçal reconhece que o local se transformaria em um "lanchódromo".
A Procuradoria pede ressarcimento integral do contrato, multa e perda de função pública e direitos políticos dos envolvidos. Conforme trechos do processo obtidos pela imprensa, o ex-deputado chegou a ter os bens bloqueados, mas a mudança na lei de improbidade administrativa fez a Justiça liberar os valores. Entramos em contato com um telefone atribuído a Marçal Filho. Não houve resposta, mas o espaço está permanentemente aberto para considerações.