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O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, voltou a criticar hoje (8) a atuação do Poder Judiciário e defendeu que seja encerrado o inquérito dos portos, no qual o presidente Michel Temer é investigado por supostamente favorecer a empresa Rodrimar por meio de decreto.
Marun questionou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso de negar o pedido da defesa do presidente para arquivar o inquérito. Para ele, o processo está “completamente contaminado” devido ao “vazamento seletivo” de informações para a imprensa. E insinuou que órgãos da imprensa poderiam estar pagando para receber os dados do inquérito e publicar denúncias contra Temer.
“Esse inquérito dos portos deveria ser encerrado, porque é fonte permanente de vazamentos, e vazamento é crime. Se um cidadão é receptador de produto de crime, ele é preso. Existem órgãos da imprensa que parecem que são receptadores de crime, do crime de vazamento, e isso não é sequer investigado com mais atenção. Tem que se ter cuidado em relação a isso. Quem é que me garante que não estão pagando, que estão chegando nos órgãos de imprensa mediante remuneração financeira?”, disse Marun.
O ministro reiterou que não descarta nenhuma hipótese sobre os vazamentos e exigiu que seja aberta uma investigação. Marun também desafiou que se apresente provas de que o decreto dos portos tenha sido editado por Temer para favorecer empresas.
Marun disse que o Congresso deve ser respeitado na sua prerrogativa de legislar e que os outros poderes devem obedecer o que é aprovado e promulgado no Parlamento. Para o ministro, um juiz de primeira instância impedir a nomeação de um ministro indicado por Temer e o ministro Barroso pedir a quebra do sigilo bancário do presidente são exemplos de “operadores do Judiciário” que, em sua opinião, descumprem a lei.
“O Judiciário é formado em sua grande maioria por gente de bom senso e gente que sabe as limitações de seu poder. Todavia, é uma realidade que existem membros desses poderes que entendem que não têm a obrigação de seguir o que foi aqui [no Parlamento] aprovado e promulgado. Essa é uma situação em relação a qual eu entendo que a Câmara dos Deputados deve reagir e se posicionar”, defendeu Marun.
Sobre a pauta de votações na Câmara, o ministro reafirmou que as prioridades são os projetos econômicos que tratam da privatização da Eletrobras; do cadastro positivo; da regulamentação da duplicata eletrônica e o da reoneração.
O ministro participou de sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados em homenagem aos 15 anos do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados (Cedes) representando o presidente Michel Temer, que ocupou a presidência da Câmara quando o centro de estudos da Casa foi fundado.