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O vice-presidente Hamilton Mourão, presidente da República em exercício, declarou nesta quinta-feira (24) que “por enquanto” não é favorável à privatização dos Correios.
Mourão, que está na Presidência devido à viagem de Bolsonaro a Davos (Suíça), falou sobre o assunto ao ser indagado por jornalistas após um evento alusivo aos 356 anos dos Correios e de homenagem ao Dia do Carteiro.
Questionado se é a favor de privatizar a empresa, respondeu: “Por enquanto, não”.
Durante a campanha eleitoral de 2018, em entrevista à Band, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a estatal “tinha grande chance” de ser privatizada caso ele fosse eleito.
“Os Correios têm grande chance de entrar sim [nas privatizações], até porque o seu fundo de pensão foi simplesmente implodido pela administração petista”, disse o então candidato. “Os Correios têm muitas reclamações, diferentemente do passado. Então, os Correios, tendo em vista a não fazer um trabalho, aquilo que eu acho que nós poderemos estar recebendo, podem entrar nesse radar da privatização”, acrescentou.
Os Correios são vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação. Em dezembro, já anunciado como titular da pasta, o ministro Marcos Pontes declarou que a privatização da estatal "por enquanto" não estava na "pauta" do governo.
A administração de Bolsonaro dá continuidade ao programa de privatização e concessões na área de infraestrutura iniciado no governo de Michel Temer. A maior participação da iniciativa privada nesta área é uma das bandeiras de Bolsonaro.
Governo Temer
O ex-presidente Michel Temer, durante seu governo, chegou a avaliar a proposta de privatizar os Correios. Mas a ideia foi deixada de lado em maio do ano passado.
Antes, diante das dificuldades financeiras da estatal, o então ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) havia afirmado que "a privatização do todo ou de parte dos Correios" seria o caminho caso não fosse possível cortar gastos para sanear a empresa.
No momento em que o governo passado analisou a privatização, a estatal enfrentava situação financeira delicada e vinha de quatro anos seguidos de prejuízo. Apenas entre 2015 e 2016, as perdas da empresa somaram R$ 3,6 bilhões.
Em maio do ano passado, Kassab afirmou que o governo Temer havia desistido da privatização da estatal e que essa discussão ficaria para o próximo governo.