O Globo/LD
Em parecer enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Ministério Público Federal (MPF) defendeu que Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), volte a cumprir prisão preventiva.
Nuzman foi preso preventivamente no dia 5 de outubro do ano passado, sob suspeita de integrar um esquema de compra de votos de representantes de países africanos do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Mas, por decisão liminar do STJ, o ex-dirigente está em prisão domiciliar desde o dia 20 daquele mês. Na próxima terça-feira, o tribunal vai julgar o mérito do caso.
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No parecer ao STJ, o subprocurador-geral da República, Rogério Paiva Navarro, alega que o restabelecimento da prisão preventiva é a única medida eficaz para evitar que Nuzman elimine provas e prejudique as investigações. O representante do MP destacou ainda que o ex-presidente do COB é réu por uma série de crimes, como lavagem de dinheiro e organização criminosa.
"Demais disso, o poder econômico, a complexidade da atuação e o grau de infiltração da organização criminosa em setores do Estado não torna críveis o seu desmantelamento e a interrupção automática das atividades criminosas com a prisão de alguns de seus integrantes ou mesmo com o afastamento formal do Paciente do Comitê Olímpico Brasileiro, noticiado pela Defesa", acrescentou o MP.
O órgão também destaca o alto grau de influência de Nuzman, que ocupou a presidência do COB por mais de 20 anos. “A documentação demonstra o poder que Carlos Nuzman ainda exerce junto ao Comitê Olímpico Brasileiro, bastando um e-mail seu para que fosse efetivado o pagamento da cifra de R$ 5.500.000,00 para prestação de serviços advocatícios, antes mesmo da sua aprovação em reunião do Comitê”.