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Política
22/05/2017 12:10:00
Negar processo contra Reinaldo mostra 'comprometimento' da OAB/MS com tucano
Segundo Fábio Trad, provas contra o governador são fartas, e Ordem deveria pedir impeachment do governador

Top Midia/PCS

O ex-presidente da OAB-MS, Fábio Trad, classificou como 'grave incoerência' o fato da diretoria atual da ordem negar abertura de processo de impeachment contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), citado nas delações dos executivos da JBS, entre eles de Wesley Batista.

O tucano é acusado pelos executivos de cobrar propina para conceder incentivos fiscais às empresas do grupo em MS. Puccinelli e Zeca do PT também foram citados, em esquema semelhante.

Segundo Trad, a incoerência reside no fato do Conselho Federal da OAB, que tem um membro da Ordem em MS, pedir abertura de processo de impeachment contra o presidente Michel Temer, citado no mesmo escândalo, e a OAB/MS não ter pedido investigação contra Reinaldo Azambuja.

''Em nível nacional a Ordem pretende transparecer ética, mas em Mato Grosso do Sul se acumplicia com graves suspeitas de corrupção''. O advogado diz ainda que a situação de Reinaldo é mais critica do que a do presidente Michel Temer.

''No caso do governador , diferente do caso envolvendo Temer, os delatores apresentaram documentos, notas fiscais'', afirma Trad. ''Essa omissão da OAB/MS revela 'dois pesos e duas medidas'', explicou o advogado.

O criminalista vai além nas críticas contra a atual diretoria e a atual administração do estado. ''Essa omissão em pedir abertura de processo sugere que a atual diretoria da Ordem tenha algum grau de comprometimento não republicano com as autoridades que foram delatadas'', explicou.

Fábio Trad esclarece que o que a advocacia de MS pede a OAB não é uma condenação, e sim a investigação político-administrativa dos fatos que foram delatados, ''mas nem isso a atual gestão está querendo fazer. '', ponderou Trad.

Ainda conforme o criminalista, advogados em Mato Grosso do Sul não vão aceitar a omissão da ordem em não pedir a deposição do governador. ''Inclusive fui convidado por seis ex-candidatos [à presidência da OAB] e por dois ex-presidentes para mobilizarmos a classe para agir em lugar da OAB/MS, caso contrário, tudo indica que a omissão vai continuar aqui'', conclui.