CE/PCS
A indicação de dois tucanos para o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul pode refletir no cenário político.
Amanhã deverá ser publicado no Diário Oficial o ato de aposentadoria do conselheiro José Ricardo e, provavelmente, sairá também da conselheira Marisa Serrano. Serão duas vagas em disputa.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está de olho porque deseja emplacar dois tucanos para as vagas – o secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, e o deputado estadual Flavio Kayatt. Mas há focos de resistência entre os deputados, porque uma vaga é da Assembleia Legislativa. Então, caberá aos parlamentares a indicação do substituto ou substituta de Marisa. Já a vaga de Zé Ricardo é do governador.
Alguns deputados reconhecem a preocupação do governador em acomodar Monteiro no Tribunal de Contas para garantir foro privilegiado na investigação das denúncias da JBS.
A blindagem garantiria, numa eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República, que Monteiro seja processado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e não pelo juízo de primeira instância. O TCE seria o “muro de proteção” de Monteiro.
A Assembleia poderia muito bem patrocinar a indicação de Kayatt por ser parlamentar. Mas não é assim que entendem alguns deputados, porque Kayatt seria apadrinhado pelo governador, e não pelo Legislativo.
Muito se falou, também, da escolha do presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB), para ocupar a vaga de Marisa.