Sheila Forato
Um pacote amargo está sendo colocado em prática pela Prefeitura de Coxim para que o prefeito Edilson Magro (PP) consiga fechar as contas para dar início ao segundo governo. Vale lembrar que, mesmo reeleito, o prefeito precisa fechar o caixa de sua gestão, ou seja, não pode passar dívida de um ano para o outro.
As informações já começaram a ser distribuídas pelo secretariado. Os cortes vão atingir, principalmente, as gorduras salariais, ou seja, horas extras, produtividade, dedicação plena, dentre outros. Por outro lado, o prefeito reduziu o horário de atendimento para seis horas na maioria das repartições, ficando das 7 às 13 horas.
A única exceção é nas unidades de saúde, que passam a funcionar das 7 às 10 horas e das 13 às 16 horas. As mudanças no horário passam a valer a partir de segunda-feira (4). Escolas e Centros de Educação Infantil continuam funcionando em horários normais, assim como outros serviços considerados essenciais com escalas específicas.
Em divulgação oficial, Edilson declarou que tem a responsabilidade de administrar os recursos municipais de forma eficiente. “O ajuste é essencial para reduzir despesas sem comprometer a efetividade e a qualidade dos serviços que oferecemos”, diz trecho de publicação no site do município.
Não há informação de demissões. Na folha de setembro estavam 1.503 servidores, ultrapassando R$ 7,2 milhões. No mesmo mês, do último ano da gestão de Aluizio São José (PSB), a Prefeitura de Coxim tinha 1.152 funcionários e a folha de pagamento era de R$ 3,8 milhões, ou seja, R$ 3,4 milhões a menos do que a atual.
IMPC
O dia seguinte ao da reeleição de Edilson não foi de festa na Prefeitura de Coxim. Um dos maiores problemas que a gestão vem enfrentando é a dívida com o IMPC (Instituto Municipal de Previdência de Coxim). O município chegou ao quinto mês de atraso da parte patronal, totalizando R$ 6,7 milhões.
Edilson convocou uma sessão extraordinária, na última quarta-feira (30), para votação de parcelamento, porém, os vereadores indeferiram. A convocação não preenchia os requisitos legais, pois a convocação tem que acontecer com 24 horas de antecedência, no mínimo. A pressa se deve ao vencimento da sexta parcela, na quinta-feira (31).
Nossa reportagem não conseguiu levantar se foi feito ao menos um pagamento, caso não, o prefeito pode incorrer em crime de responsabilidade. O projeto foi retirado e deve ser encaminhado novamente para apreciação dos parlamentares durante o mês de novembro. Por conta de situação semelhante, recentemente, o ex-prefeito AluIzio foi condenado em primeira instância a devolver R$ 8 milhões aos cofres públicos. Neste caso, ainda cabe recurso da sentença.
FORNECEDORES
Colocar pagamentos com fornecedores em dia também é outro desafio da gestão de Edilson Magro. Empresas que fornecem itens essenciais, como carne para merenda, estavam segurando o fornecimento por conta de atrasos nos pagamentos. A higiene de Centros de Educação Infantil e Escolas Municipais também está comprometida por falta de produtos.
Já a maioria das linhas terceirizadas do transporte escolar está sem receber há pelo menos 90 dias. Na fila também estão as funerárias, com 60 dias de atraso, dentre outros fornecedores. Há poucos dias, o prefeito deixou claro que sua prioridade era fechar as contas, quando questionado sobre troca de secretários.