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Política
18/04/2013 08:47:57
Sem patrolas, prefeitos e sindicatos rurais somam prejuízos e pedem socorro
O senador Delcídio do Amaral (PT) acredita que as máquinas estão paradas há quase um ano no pátio por negociação política. “Essas patrolas foram usadas até como instrumento de pressão política do governador com os prefeitos”, declarou.

Midiamax/PCS

Foto: Luiz Alberto
\n Estradas vicinais sem reparos, perdas no escoamento da produção e caminhões constantemente quebrados são o saldo de municípios de Mato Grosso do Sul que não têm patrolas para fazer a manutenção de vias importantes após as chuvas, enquanto 45 desses equipamentos novos, adquiridos pelo Governo do Estado e por emendas parlamentares estão parados no pátio de uma empresa em Campo Grande. Presidente do Sindicato Rural de Naviraí, Yoshihiro Hakamada revela a situação das estradas do município. “Estradas e rodovias estão esburacando, estamos fazendo manutenção como podemos, porque não temos patrolas”, reclamou. Para ele, é incompreensível que motoniveladoras estejam paradas. “Com tantos municípios precisando como nós, é um absurdo. Vou atrás disso para conseguir trazer uma delas. Caminhões quebram todos os dias, encarecendo o custo dos produtores rurais. Caminhão de boi também não consegue sair das fazendas”, comenta, indignado. A situação não é caso isolado. O Midiamax entrou em contato com três Sindicatos Rurais e três prefeituras e todos relatam os mesmos problemas gerados pela falta dos equipamentos. Adauto Rodrigues de Oliveira, presidente do Sindicato de Miranda, diz que o município vive uma calamidade. “Existem pontes caídas e estradas com muitos buracos. A gente faz o que pode, até onde sei existem duas patrolas trabalhando. Somente hoje recebi duas reclamações sobre estradas sem manutenção”. Em Batayporã, segundo o presidente do Sindicato Rural Altamir José Ramos da Fonseca, existe uma única máquina na cidade e ela está quebrada. “A que tem está quebrada e a situação está feia por aqui. Nosso município é muito grande e tem muitos assentamentos, está difícil”. Em Deodápolis, a prefeita Maria Viana (PT) diz que não tem nenhuma máquina. “Tinha motoniveladora da Agesul, mas o contrato de cedência para a prefeitura terminou em janeiro. O Governo do Estado falou que ia renovar, mas até agora estamos sem. Para não ficar sem dar assistência às estradas, alugamos uma”. Ela se diz revoltada ao gastar o dinheiro público com o aluguel, já que existem máquinas novas e paradas. “Os prefeitos estão ansiosos, não veem a hora de receber este material. Não sei o que o Puccinelli está pensando ao fazer tudo isso. As aulas recomeçaram e as estradas estão ruins, estamos sofrendo muito”, revolta-se. Com quatro assentamentos e precisando fornecer assistência a uma vasta área rural, o prefeito Pedro Arlei Caravina (PSDB), de Bataguassu, diz que as máquinas seriam ‘muito bem-vindas’. “Temos uma patrola em condições de uso e outra em manutenção, mas equipamentos muito velhos. Ficamos sabendo dessas máquinas pela mídia e agora tudo o que queremos é que elas cheguem”. Para Hélio Sato (PMDB), de Vicentina, uma máquina usada mesmo serviria. “Não tenho nenhuma e estou lutando por uma usada mesmo. Nova está difícil. As estradas estão péssimas, estou tentando falar com o Governo, mas tudo o que eles dizem é que vão entregar, só não sei quando”, desabafou. Ele comentou que precisou fazer parceria com uma usina da cidade para manter as estradas com os equipamentos deles, mas após as chuvas a demanda interna aumentou e a prefeitura ficou sem a ajuda. O senador Delcídio do Amaral (PT) acredita que as máquinas estão paradas há quase um ano no pátio por negociação política. “Essas patrolas foram usadas até como instrumento de pressão política do governador com os prefeitos”, declarou. Segundo ele, Puccinelli prometia os equipamentos em troca de apoio nas próximas eleições. “Ele dizia, vou te entregar uma patrola, mas você tem que estar comigo, aquele lerolero”, detalhou. \n \n