G1/PCS
O agora ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) avisou na manhã desta terça-feira (30) a integrantes da bancada peemedebista da Câmara que não vai aceitar o convite do presidente Michel Temer para assumir o comando do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) no lugar de Torquato Jardim.
Serraglio optou por reassumir o mandato de deputado federal. O peemedebista paranaense deve oficializar a decisão por meio de uma nota que será divulgada pela assessoria dele na manhã desta terça.
A decisão do ex-ministro da Justiça deve complicar a vida do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer que foi flagrado pela Polícia Federal (PF) carregando uma mala com R$ 500 mil em propina pagos pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
Serraglio foi demitido por Temer no último domingo (28). No mesmo dia, o presidente anunciou que Torquato Jardim assumiria a cadeira de ministro da Justiça.
A medida foi tomada com o objetivo de colocar na chefia da pasta alguém que tivesse condições de retomar a influência do governo na Polícia Federal (PF), corporação subordinada administrativamente ao Ministério da Justiça. Não está descartada nem mesmo a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
Depois de anunciar, por meio de nota, a saída de Serraglio da Justiça, o Planalto informou que o presidente havia oferecido para o colega de partido a possibilidade de assumir o Ministério da Transparência.
Apontado como intermediário do presidente da República para assuntos da holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista com o governo federal, Rocha Loures, agora que perderá o foro privilegiado, ficará ao alcance da Justiça Federal de primeira instância, inclusive, do juiz Sérgio Moro.
Suplente da bancada do PMDB na Câmara, ele assumiu o mandato de deputado, em março, quando Serraglio foi nomeado para o Ministério da Justiça.
Com o retorno do ex-ministro para a Câmara, Rocha Loures deixa de ser deputado e perde o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A aliados, o agora ex-ministro da Justiça relatou que estava sofrendo pressão de políticos do Paraná para recusar a oferta de Temer para trocar de cadeira com Torquato Jardim.
Na avaliação desses aliados, se aceitasse a proposta, ele ficaria com o carimbo de alguém que participou de uma operação para preservar o foro privilegiado de Rocha Loures.