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Política
26/05/2014 09:00:00
Solto, deputado de MT diz que prisão ocorreu por interesses de senador
José Riva alega que senador tem interesses em prejudicá-lo politicamente. Segundo ele, procurador agiu em favor de Taques e pediu a prisão dele.

G1/PCS

Foto: Assessoria
Investigado por suposto envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro,\n o deputado estadual José Geraldo Riva (PP) alega que a sua prisão, cumprida na\n semana passada durante a Operação Ararath, da Polícia Federal, teve como\n motivação supostos interesses políticos do senador Pedro Taques (PDT-MT),\n ex-procurador de Justiça, com a suposta ajuda da procuradora da República,\n Vanessa Scarmagnani, que pediu a prisão dele ao Supremo Tribunal Federal (STF).\n Riva passou três dias preso e foi solto após conseguir revogar a decisão.\n \n Por meio de assessoria, Taques informou que irá tomar conhecimento das\n declarações do deputado para então se manifestar sobre as acusações. O G1\n entrou em contato com a assessoria do Ministério Público Federal (MPF) para que\n a procuradora pudesse se manifestar sobre o caso, mas até o fechamento desta\n reportagem não havia obtido resposta.\n \n Segundo Riva, o ministro do STF Dias Tóffoli foi induzido a erro, pois um\n dos argumentos é de que ninguém sabia onde encontrar o deputado. "Sempre\n disse que se quisessem me prender seria fácil porque minha agenda é pública, ou\n estou na minha casa, ou na Assembleia ou em Juara [a 690 km da capital]",\n declarou. Por causa disso, o parlamentar disse ter pedido à assessoria jurídica\n dele que analise as medidas a serem tomadas contra a procuradora. "A\n procuradora Vanessa agiu com maldade ao pedir a minha prisão. Problemas todos\n têm, mas ficamos tristes ao ver que o tratamento não é isonômico [com igualdade\n de direitos]", disse o deputado, durante entrevista coletiva nesta\n segunda-feira (26).\n \n O parlamentar acusou ainda o senador, que, segundo ele, tem interesse em\n disputar na eleição deste ano à vaga de governador do estado, de uma suposta\n armação em conluio com o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior\n Mendonça, para que o segundo colaborasse com as investigações em troca da\n delação premiada e expusesse os adversários políticos de Taques. "Estão\n querendo ganhar a eleição por “WO”. Taques protege seus amigos e persegue seus\n inimigos", declarou.\n \n Ele alegou que o irmão de Júnior Mendonça seria um dos financiadores da\n campanha de Pedro Taques. "Se alguém tiver coragem de investigar o Pedro\n Taques, com certeza irá encontrar muitas irregularidades, pois nem a prestação\n de contas dele está correta. Declarou ter feito seis ou oito horas de voo,\n sendo que fez mais de 100 horas", disse, se referindo a um suposto\n fretamento de aeronave que o senador teria feito durante a campanha eleitoral a\n senador em 2010.\n \n Como o inquérito que corre sob sigilo “vazou” após a operação, a defesa de\n José Riva estuda a possibilidade de pedir a anulação do processo de\n investigação do Ministério Público Federal (MPF), que apura não somente o envolvimento\n do deputado no esquema de lavagem de dinheiro público, mas de outros políticos,\n entre eles o governador Silval Barbosa (PMDB) e o senador Blairo Maggi (PR-MT).\n \n Após ser preso e ter documentos apreendidos na casa dele, o deputado foi\n levado pela PF para o Complexo da Papuda, em Brasília, junto com o\n ex-secretário de Fazenda e da Casa Civil, Éder Moraes, suposto operador do\n esquema. Outra pessoa presa durante a operação foi o superintendente do Bic\n Banco, Luiz Carlos Cuzziol. Desses três, apenas Éder ainda está detido.\n \n Investigação
\n No inquérito que tramita na Justiça Federal consta que Riva emprestou R$ 3\n milhões do banco clandestino de Júnior Mendonça e teria indicado três empresas\n para onde o dinheiro deveria ser destinado. Porém, ele não comentou sobre as\n informações e alegou que está impedido de se manifestar sobre o caso fora da\n presença do Judiciário.\n \n \n