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A deputada federal Tereza Cristina (DEM), indicada por Jair Bolsonaro (PSL) como nova ministra da Agricultura, disse, afirmou que ficou 'surpresa' ao tomar conhecimento sobre as denúncias de pagamento de propina na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). As investigações estão ligadas aos contratos de incentivos fiscais para a JBS em Mato Grosso do Sul.
Ao ser questionada sobre o assunto, a ainda parlamentar disse que ficou chocada. "Eu me surpreendi. Eu trabalhei com o governador sete anos. E nunca participei de nenhuma reunião em que não fossem discutidas coisas republicanas. Entraram muitas empresas no Estado na época em que a gente estava lá. Havia um boom na economia, o Brasil estava bombando, desemprego zero, e a única maneira que um Estado como o nosso, no Centro-Oeste, tem de levar uma indústria, era dando benefício".
Sobre os contratos envolvendo a JBS, nos quais constam assinaturas de Tereza Cristina, a parlamentar explicou como ocorreram as negociações que estão sob investigação.
"Participei de benefícios e aditivos de todas as empresas, inclusive da JBS. Foram dois aditivos da Seara, que a JBS comprou da Sadia. Quando comprou, fez um aditivo ao contrato já existente de beneficio, e eu assinei juntamente com outros secretários e o próprio governador. E não é uma prerrogativa só do secretário: tem que ter um colegiado para decidir se é importante porque tem critério. Existe uma lei aprovada lá atrás, e nessa lei tem critérios que precisam ser seguidos".
A entrevista foi dada ao Jornal O Globo, que ainda perguntou à futura ministra da Agricultura se, ao ter o nome ligado a essas investigações, abalou a confiança do novo presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Acho que não. Ao contrário, ele deu uma declaração dizendo que confia em mim. Não tem nenhuma ação contra mim. Nunca fui intimada a participar ou depor em nada. Eu, aliás, fiquei surpresa desses dois termos aditivos entregues (pelos delatores), mas imagino que foram entregues dentro de uma série de documentos".