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Tecnologia
30/11/2024 08:06:00
Austrália proíbe mídias sociais para menores de 16 anos: o verdadeiro desafio
Todos sabemos como é fácil contornar as barreiras digitais para acessar um site, mas a Austrália tem um plano de fiscalização

Metro/PCS

Esta quinta-feira, 28 de novembro, o sistema parlamentar da Austrália alcançou uma decisão histórica na era digital. O país oceânico proibiu o uso de redes sociais para menores de 16 anos. O debate sobre a aprovação desta lei gerou um intenso debate global sobre a utilização das plataformas da Internet por pessoas de qualquer idade.

Segundo fontes das agências de notícias de Sydney, a medida procura proteger os adolescentes dos riscos associados ao uso excessivo das redes, como o cyberbullying e o impacto na saúde mental.

Todos esses problemas já foram apontados anteriormente em relatórios que indicam que quem consome constantemente Instagram, Facebook, TikTok e X acaba sofrendo sintomas de ansiedade e, nos piores casos, depressão aguda.

Não se pode regular o consumo de um adulto na Internet, mas a Austrália pelo menos decidiu proteger a sua juventude.

Aplicar esta regra de mídia social na Austrália será um desafio

Todos aplaudem a regra e é certamente um passo em frente para o bem-estar mental dos jovens. Contudo, o verdadeiro desafio será garantir que a regra seja rigorosamente cumprida.

Quem já teve acesso à Internet sabe como é fácil contornar as barreiras digitais para acessar um site. Mas a Austrália parece ter um plano de implementação que tem tudo a ganhar se funcionar.

Primeiro, a Austrália ameaça as plataformas digitais com multas. Redes sociais como TikTok, Instagram, Facebook, X e outros mais, que permitem a entrada de menores de 16 anos no seu site, estarão sujeitos a sanções multimilionárias que excedem 30 milhões de dólares americanos (49,5 milhões de dólares australianos).

Empresas digitais testam métodos de verificação

Grandes empresas de tecnologia, proprietárias de diferentes sites de redes sociais, já estão testando métodos como a validação por meio de documentos de identidade ou o uso de inteligência artificial para analisar padrões de uso.

A Meta, empresa por trás de gigantes como Facebook e Instagram, levantou a mão para comentar o assunto no dia 9 de novembro. Mia Garlick, diretora de política regional da Meta para a Austrália, disse que a tecnologia ainda não atingiu um nível de desenvolvimento que permita uma solução perfeita para controlar o acesso por idade.

“O desafio é que a tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida em termos de uma solução perfeita”, disse Garlick em entrevista à Australian Broadcasting Corp., segundo a Bloomberg.

As empresas de tecnologia enfrentam um desafio significativo com esta nova legislação. Eles não apenas terão que desenvolver sistemas para verificar a idade dos usuários, mas também terão que fazê-lo sem invadir sua privacidade. Além disso, a medida exigirá um esforço coordenado entre o governo, as plataformas de redes sociais e os operadores de lojas de aplicações.