G1/PCS
Um casal ‘caçador de tesouros’ investe tempo e dinheiro em rastrear objetos valiosos em praias brasileiras. Paulo César Júnior, de 44 anos, e Nádia Moreira, 55, moram em Santos, no litoral de São Paulo, mas percorrem outras cidades para praticar o detectorismo.
A prática é realizada por meio de um equipamento capaz de detectar metais no subsolo. Além de joias em ouro e prata, a dupla já encontrou um iPhone soterrado e um drone no mar.
A dona de casa e o motorista iniciaram o detectorismo há cerca de três anos. Nádia conta que começou a ver vídeos sobre o assunto na internet, e se surpreendeu quando o esposo a presenteou com um detector de metais no aniversário.
De lá para cá, eles afirmam já ter percorrido as areias das praias de Santos, Ilha Comprida, Cabo Frio e no bairro Riviera de São Lourenço, em Bertioga. Além de procurar metais também no mar em Cananéia e em cachoeiras, onde, segundo Paulo, é necessário mergulhar e permanecer em apneia.
A maior parte do material encontrado é lixo. Entre os itens de valor que o casal mais localiza nas praias estão moedas, bijouterias e anéis de prata. Sobre os materiais em ouro, Paulo conta que, durante os três anos de caça, ele e a esposa só acharam alianças.
iPhone soterrado e drone no mar
Em 2021, o casal encontrou um celular soterrado há quatro dias na areia da praia, em Santos, a cerca de 30 centímetros da superfície. Paulo relatou ao g1, na época, que ele e a esposa se assustaram quando perceberam que o aparelho estava funcionando, mas começaram a tentar usar o celular. Por ser um modelo diferente, pediram ajuda da filha, que conseguiu resgatar o contato da proprietária e fizeram questão de devolvê-lo.
"Tinha uma foto de casal na tela, liguei e perguntei quais eram as características da pessoa. Quando bateu, falei que a gente podia nos encontrar para devolvermos", relembra.
Nádia conta que, em outra ocasião, o esposo achou um drone na água. Eles viram que na parte de trás do aparelho tinha um número de telefone, que era do ex-dono do eletrônico. O homem, porém, havia vendido o drone para uma fotógrafa.
Ao conseguiu o contato da profissional, ela teria afirmado não ter interesse em buscar o aparelho, pois por conta do tempo que passou no mar, ele estava deteriorado. O casal, então, guardou o objeto.
Destinos dos metais
Nádia afirmou à reportagem que todos os itens encontrados são levados para a casa deles, onde são guardados. Ao final do ano, eles gravam um vídeo com a retrospectiva de tudo o que foi achado para publicar em um canal no YouTube.
Segundo a dona de casa, o lixo é descartado em um ferro velho, já os itens em prata e ouro são pesados e vendidos para ourives. “Devolver ouro para o dono é difícil, porque se postar na internet, vai aparecer um monte de gente falando que é o dono. Quando encontramos celular é diferente, a gente tenta de todas as formas localizar o dono”, acrescenta Paulo.