Os carros do futuro\n não terão mais volante, pedais de acelerador e freio, buzinas e espelhos\n retrovisores. É o que prevê uma pesquisa realizada pelo IEEE (Instituto de\n Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), que acredita que até o ano de 2035 os\n automóveis serão assim. O Google, inclusive, saiu na frente, ao revelar, em\n maio, um modelo inteligente que dirige sozinho e não tem direção.\n \n A\n pesquisa foi feita com mais de 200 participantes de um simpósio realizado pela\n IEEE sobre veículos inteligentes, que ocorreu entre os dias 8 a 11 de junho de\n 2014 em Dearborn, Michigan. Também foram ouvidos membros da Sociedade de\n Sistemas de Transporte Inteligente do Instituto, reunindo desde estudantes\n universitários até pessoas com mais de 20 anos de experiência no ramo. Eles\n opinaram sobre como acham que o ramo de transportes vai evoluir.\n \n Os\n entrevistados apontaram seis problemas a serem superados para tornar possível a\n adoção em massa do carro inteligente. Os três principais são responsabilidade\n legal, fatores políticos e a aceitação do consumidor. Os desafios de\n infraestrutura, custo e tecnologia foram considerados os menores.\n \n Yaobin\n Chen, membro sênior do IEEE, acredita que a política e as responsabilidades são\n elementos fundamentais e que, quando estes fatores forem definidos, os outros\n já estarão prontos. “Sempre que uma tecnologia puder causar mudanças\n fundamentais na rotina diária das pessoas, é necessário estabelecer leis e\n políticas que assegurem que a tecnologia será utilizada corretamente e\n beneficiará as pessoas. Isso é especialmente verdadeiro quando se fala em\n veículos inteligentes”, afirma.\n \n Uma das vantagens\n do automóvel autômato está no fato de que, conforme ele vai ficando mais autônomo,\n alguns acessórios comuns hoje em dia deixam de ser essenciais. Os especialistas\n acreditam que, até o ano 2023, equipamentos como espelhos retrovisores, buzinas\n e freios de emergência não serão mais usados.nbsp;\n \n Já\n outros recursos, como direção e pedais, devem ser removidos até 2035. Nesse\n período, 75% dos entrevistados acreditam que todos os estados dos Estados\n Unidos deverão aprovar uma legislação que permita o uso desses veículos.nbsp;\n \n "A\n tecnologia para construir carros sem condutor tem crescido nos últimos anos e\n isto vai facilitar sua adoção por parte do consumidor",\n acreditanbsp;Alberto Broggi, membro da IEEE e professor de engenharia\n informática da Universidade de Parma.\n \n “A\n comunidade científica e fabricantes de carros têm trabalhado em parceria para\n incrementar as características autônomas em veículos modernos, com o objetivo\n de produzir automóveis sem condutor em um futuro próximo", completa\n Broggi. Ainda segundo o professor, para que haja adoção em massa, é importante\n que as pessoas comecem a confiar nessa tecnologia\n \n Quando\n perguntados sobre quais avanços tecnológicos serão importantes para o\n desenvolvimentos de veículos sem condutor, 56% dos entrevistados declararam que\n os sensores são essenciais. Em seguida, vêm software (importante para 48%\n deles), sistemas avançados de assistência ao condutor (47%) e GPS (31%).\n \n O\n sensores são fundamentais porque um veículo sem condutor precisa de um fluxo de\n informações constante sobre a estrada e seus arredores. "Caso contrário,\n não conseguirá tomar boas decisões", lembranbsp;Christoph Stiller, membro\n do IEEE e professor do Karlsruhe Institute of Technology, na Alemanha.\n \n “Os sensores são\n pequenos, não invasivos e fornecem dados confiáveis. Além do mais, a tecnologia\n é relativamente barata e será de grande influência na criação de veículos sem\n condutor de baixo custo”, justifica. Já os mapas digitais têm uma função\n necessária para que os carros se movimentem com segurança. Perguntados sobre o\n tempo que levaria para completar um mapa de todo o mundo, 74% dos entrevistados\n apostam que ele estaria disponível nos próximos 15 anos. Os especialistas\n acreditam que a América do Norte é a região que mais vai se beneficiar de\n veículos sem condutor. O continente foi apontado por 54% dos entrevistados,\n seguido da Europa (28%) e Ásia (17%). Quando será que essa tecnologia chega\n pelo Brasil?