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O presidente-executivo da Volkswagen , Martin Winterkorn, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, assumindo responsabilidade pela fraude em testes de emissão de poluentes executados nos Estados Unidos em veículos da montadora, no maior escândalo já enfrentado pelo grupo de 78 anos.
"A Volkswagen precisa de um novo começo, também em termos de pessoal. Estou liberando o caminho para este novo começo com a minha renúncia", disse Winterkorn em comunicado.
O executivo afirmou que ficou chocado com os eventos dos últimos dias e sobretudo com o fato de que uma fraude desta escala pudesse ser possível na companhia.
Um comitê-executivo de cinco integrantes interpelou Winterkorn, de 68 anos, desde cedo nesta quarta-feira na sede da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha.
A empresa está sob intensa pressão para promover medidas decisivas. As ações do grupo acumulam queda de 30 por cento desde o surgimento da crise e com mais más notícias a caminho.
Promotores alemães disseram nesta quarta-feira que estão realizando uma investigação preliminar sobre a manipulação de resultados de testes de emissão de poluentes em veículos da marca, enquanto a ministra de Energia da França, Ségolène Royal, afirmou que o país pode ser "extremamente severo" se sua investigação encontrar qualquer delito.
Autoridades nos Estados Unidos estão planejando abrir investigações criminais depois da descoberta de que a Volkswagen programou sistemas eletrônicos de seus carros para detectarem quando os veículos eram submetidos a testes e com isso alterarem o funcionamento dos motores a diesel para reduzirem a emissão de poluentes.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA afirmou na sexta-feira que a Volkswagen poderá enfrentar penas de até 18 bilhões de dólares por falsificar os testes de emissão de alguns modelos de carros com motores a diesel.