Folha/PCS
A evolução da segurança automotiva não passa somente pela adoção de airbags ou de freios ABS (que evitam o travamento das rodas e a consequente perda de controle do veículo). As mudanças estruturais são o principal fator a garantir a preservação da cabine e a correta distribuição do impacto.
O caso do Chevrolet Onix demonstra isso. O modelo avaliado trazia os itens de segurança obrigatórios no Brasil, mas o automóvel compacto, que chegou às ruas há quase cinco anos, não está em dia com o que há de mais atual em segurança aos ocupantes, enquanto os protocolos dos testes tornam-se cada vez mais rigorosos.
A aplicação de aços de alta ou ultrarresistência na construção do habitáculo e de zonas de deformação mais eficientes é o que tem feito os carros tornarem-se mais seguros. Essa tendência está chegando lentamente aos veículos fabricados no Mercosul.
O Brasil já produz ligas de aço capazes de atender às exigências atuais mundo afora, mas as montadoras seguem o regulamento.
A GM diz a verdade quando afirma que o Onix obedece às regras locais, e é ingênuo imaginar que a empresa americana ou suas concorrentes na mesma situação irão modificar seus veículos em um intervalo curto de tempo sem que a legislação as obrigue a isso.
CRITICAS
Fabricantes criticam o formato dos testes realizados pelo Latin NCAP, é há fundamento nessas queixas: devido os custos envolvidos, a evolução dos carros não consegue acompanhar as mudanças nos padrões de avaliação.
Contudo, as empresas também divulgam os dados quando os resultados das simulações de colisão lhes são favoráveis. E este é o papel de cada ator nesse caso: as exigências mudam à medida que uma nova referência surge, e cabe à indústria a melhoria constante de seus produtos.
Diante de uma indústria cada vez mais global —e com o Brasil buscando um lugar de destaque entre os exportadores de veículos—, os novos projetos tendem a ser mais seguros. Contudo, carros desenvolvidos há mais tempo, como o Onix, continuam a oferecer níveis de proteção abaixo do estabelecido pelos principais protocolos de segurança do setor automotivo, e permanecerão assim até que uma nova geração seja lançada.