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ImprimirMato Grosso do Sul ainda não aderiu a paralisação de caminhoneiros autônomos anunciada para esta segunda-feira (25), contra a política de preços praticada pela direção da Petrobrás e contra o governo federal que não teria cumprido o acordo de redução em R$ 0,46 do preço do diesel.
O tráfego de caminhões continua normal no Estado. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Transporte no Brasil Liberdade e Trabalho, José Roberto a plenária do Movimento Unificado Pela Redução do Preço dos Combustíveis e do Gás de Cozinha realizada no auditório do Sindipetro-RJ, indicava o início de uma nova paralisação.
“O Governo fez algumas promessas para a classe, que há tempos reivindicava a redução do preço do diesel, mas como sempre, de novo, o governo não cumpriu o prometido. Até o momento, após 15 dias após a paralisação, ninguém está vendendo ao caminhoneiro o diesel com o preço reduzido em R$ 0,46, conforme havia sido prometido”, disse José.
Sobre o papel dos donos de empresas de transporte no movimento dos caminhoneiros, Roberto informou que essas empresas usam a mão de obra dos caminhoneiros autônomos que acaba por ser “prostituída” no mercado.
"Então eles usam politicamente a categoria, alegando que são donos da maioria da frota de caminhões, o que é uma inverdade. Na realidade, 70% da frota nacional é de propriedade dos caminhoneiros autônomos. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre) tem um levantamento, em que diz que ao final de 2017, que existe no Brasil um total de 1.329.390 veículos transportadores de cargas para terceiros no Brasil, sendo que desse total, 417.957 são de registro de transportadores autônomos, 71.227 são de empresas de transporte e 203 são de cooperativas. São 610.944 veículos de transportadores autônomos, 708.405 veículos de empresas e 10.041 de veículos de cooperativas", diz o presidente.
Ele destaca ainda, a realidade dos autônomos quando se trata da negociação de preço de serviços a essas empresas que utilizam a mão de obra. "A transportadora fecha o contrato com o embarcador, tirando a comissão repassando para os autônomos. Um exemplo: é fechado um contrato de R$ 10 mil e é repassado para os caminhoneiros autônomos valores que variam entre quatro e cinco mil reais. Ou seja, essas empresas acabam por praticar uma espécie de agiotagem em fazendo esse agenciamento".
Roberto revelou como a atual gestão da Petrobrás está prejudicando a vida dos autônomos, que aliás, não é só o preço do diesel que acaba prejudicando, é também o preço do botijão de gás de cozinha.
"Como todo o brasileiro, compramos gás de cozinha e gasolina e outros derivados também. É óleo, graxa, é o alimento que é feito com gás. Antes de sermos caminhoneiros, somos brasileiros, e sofremos também como o restante da grande população. A população acaba refletindo, como neste caso do desconto do diesel, por exemplo, quando diminuem o preço,mas quem paga é a população que deixa de ter recursos para aéreas importantes como a Saúde, que sofre também com esse absurdo de aumentos diários constantes. Se os trabalhadores da Petrobrás entenderem, como a grande população, em apoiar essa paralisação o objetivo é diminuir o custo de vida das pessoas, para que verdadeiramente o salário mínimo da nação seja valorizado".