Domingo, 24 de Novembro de 2024
Meio Ambiente
30/08/2024 18:00:00
Fogo já destruiu 70% de terra indígena com 1.700 habitantes no Pantanal

G1MS/LD

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A Terra Indígena Kadiwéu, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em Porto Murtinho, arde em chamas. Mais de 68% do território foi consumido pelo fogo neste ano no local. Brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) atuam dia e noite para conter os incêndios.

Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), o fogo já destruiu cerca de 368 mil hectares da TI Kadiwéu. Nas últimas 48 horas, 180 focos de calor foram registrados em todo Mato Grosso do Sul.

Na soma de todas as Terras Indígenas presentes no Pantanal, 371 mil hectares foram consumidos pelo fogo. A maior parte devastada foi na TI Kadiwéu, cerca de 98% do total afetado pelas chamas.

Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), mais de 950 profissionais atuam no combate aos incêndios. Aeronaves, embarcações e veículos pesados também dão apoio à "Operação Pantanal".

O g1 questionou o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) sobre possíveis atuações da pasta na TI Kadiwéu. Entretanto, até a última atualização desta reportagem, nenhum retorno foi enviado.

O fogo consome o bioma há mais de três meses. Mais 2,5 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa mais de 16% de todo o território pantaneiro no Brasil.

Combate diário

A TI Kadiwéu abriga indígenas de três povos: Kadiwéu, Kinikinau e Terena. Ao todo, 1697 indígenas moram na área que tem 539 mil hectares homologados.

Conforme apurado pelo g1, o foco mais recente e intenso na Terra Indígena (TI) Kadiwéu foi registrado por satélites no dia 25 de agosto. Desde então, brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) foram direcionados para conter as chamas.

Cerca de 70 profissionais atuam de forma incansável contra o fogo na região. Não há previsão para finalização do combate no local, de acordo com o chefe da brigada Márcio Yule.

"Não está fora de controle. Temos 70 brigadistas empregados na região. O reforço chegou há duas semanas, mas durante essa operação outros brigadistas já foram empregados na Terra Indígena", comentou Márcio Yule.

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