AB/LD
ImprimirO outono chegou ao fim e a vinda do inverno pode prolongar a estiagem e as queimadas no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Segundo o Climatempo, a próxima estação será quente e seca, com pouca previsão de chuva.
De acordo com os metereologistas, o inverno começou nesta quinta-feira (20), às 16h51 e vai terminar dia 22 de setembro, às 8h44.
Os pesquisadores apontam que a estação vai apresentar poucas passagens de frentes frias, com precipitação e com uma sem significativa queda de temperatura. A previsão é de que o estado tenha temperaturas acima da média ao longo dos meses.
"O inverno é naturalmente uma estação de seca no estado de MS. Pouquíssimos eventos de chuva acontecem, apenas na passagem de grandes frentes frias", explica a metereologista Josélia Pegorim.
Conforme a pesquisadora, em 2023, o inverno passou sob influência do fenômeno no Oceano Pacífico El Ninõ. Neste ano, o país vai ter influência da formação da La Nina, porém a maior atuação será na primavera e verão.
Ainda conforme Pegorim, apenas grandes frentes frias vão conseguir produzir temperaturas baixas no estado.
"Há uma possibilidade de eventos de geada para o sul de Mato Grosso do Sul, preferencialmente na segunda quinzena de julho e também em setembro. Uma preocupação que a população deve ficar sempre atenta é com a baixa umidade do ar", afirma a profissional.
Mudanças climáticas e Pantanal
"Essa situação que a gente observou em maio e também em junho de níveis de umidade do ar até um pouco abaixo do 20% vão continuar sendo observados ao longo deste inverno. E as temperaturas também acima do normal, embora tenhamos esses períodos de frio", explica a meteorologista Josélia Pegorim.
Além disso, Pegorim alerta que o nível do Rio Paraguai pode continuar abaixo do normal, prolongando o período de estiagem e o Pantanal pode continuar sofrendo com a falta de chuva.
"A população precisa ficar muito atenta, porque nós vamos ter um inverno mais seco e mais quente do que o normal. E são duas condições que vão facilitar o alastramento de focos de fogo", alerta a metereologista.
Pantanal
Até o momento, desde o dia 1° de janeiro, 338.675 hectares do bioma já foram consumidos pelas chamas, ultrapassando duas cidades de São Paulo, segundo os dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Mato Grosso do Sul.
Para o Cemtec, as condições meteorológicas atuais e as previsões são extremamente favoráveis para ocorrência e rápida propagação dos incêndios florestais.
Nos próximos dias, a previsão indica continuidade do tempo quente e seco na maior parte do estado. A probabilidade é de temperaturas acima dos 30 °C e 32 °C, junto à baixa umidade relativa do ar.
No Pantanal de MS, o perigo de fogo encontra-se entre o risco “muito alto” a “extremo” para o dia 22 de junho.
Destruição
"No meio do caminho encontramos um jacaré que não conseguiu fugir a tempo", escreveu Gustavo em uma publicação nas redes sociais.
O biólogo e diretor de comunicação da Organização Não Governamental SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, registrou as cicatrizes que o fogo tem deixado na fauna e flora pantaneira.