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ImprimirCom previsão de chuva 30% menor para os próximos três meses, o Pantanal pode ter a pior seca da história por conta do risco de estiagem. Conforme o SGB (Serviço Geológico do Brasil), nas estações de Ladário e Porto Murtinho o nível do Rio Paraguai foi registrado, aproximadamente, 1,30 m e 1,50 m abaixo do esperado para este período do ano.
Segundo foi detalhado que os modelos de previsão sazonal indicam que não deve haver chuvas acima da média até setembro. Também foi exposto que desde do mês de outubro de 2023 o acumulado de chuvas está em 450 mm, sendo a média de aproximadamente 1.100 mm. Se a chuva permanecer dentro da média, entre março a setembro, o acúmulo deve chegar a 830 mm.
“Caso as chuvas nos meses de março a setembro ocorram dentro da média, o cenário irá se aproximar da seca de 2020, ano que o Pantanal enfrentou uma seca severa e registrou na estação de Ladário a cota mínima de -0,32 m. Já se as chuvas ocorram abaixo da normalidade nos próximos meses, cenários mais críticos poderão ser observados”, explicou o pesquisador em geociências, Marcus Suassuna.
Baseadas nos registros históricos de anos semelhantes, às projeções sugerem que em 2024 o Rio Paraguai, em Ladário, alcançará a cota máxima anual de aproximadamente 1,50 m no pico da cheia, em junho.
“Seria um ano sem uma enchente, o que ocorre quando o rio ultrapassa a cota de 4,0 m, considerada pela população local. Esse mesmo cenário indica que o rio pode se aproximar da cota de -30 na época no pico da vazante”, relatou.
Porém, a preocupação maior é no caso das chuvas ficarem abaixo da média. Nessa situação, seria possível que o cenário fosse semelhante aos anos de 1964, 1971 ou 2021, período em que foram registradas secas históricas e prolongadas.
Além da chuva, o índice de seca leva em consideração a umidade do solo e o estado da vegetação. Marcus afirma que a baixa vazão imediata do Rio Paraguai tem sido causada pela pouca chuva e as altas temperaturas.
O baixo nível do rio foi registrado na calha principal e nos afluentes do rio. As informações foram apresentadas no Boletim Extraordinário com Prognóstico de Médio Prazo da Bacia do Rio Paraguai.