\n \n O\n cardeal britânico Keith OBrien, conhecido por suas posições anti-homossexuais e\n acusado de conduta indecente, admitiu neste domingo ter tido um\n "comportamento sexual" inapropriado e pediu perdão à Igreja e a quem\n tenha "ofendido".\n \n O\n cardal havia anunciado em 25 de fevereiro a sua renúncia ao cargo de arcebispo\n de Saint Andrews e Edimbourg (Escócia) e sua decisão de não participar do\n Conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI.\n \n Após\n as acusações que "nestes últimos dias se tornaram públicas, quero\n aproveitar esta oportunidade para admitir que meu comportamento sexual em\n certas ocasiões caiu abaixo do padrão esperado de mim como arcebispo e\n cardeal", declarou.\n \n "A\n aqueles que ofendi, peço desculpas e perdão (...) Também me desculpo ante a\n Igreja católica e o povo da Escócia", acrescentou.\n \n "No\n início, eu contestei (as acusações) por causa de seu caráter anônimo e\n imprecisos", explicou.\n \n Esta\n mea culpa ocorre uma semana depois da publicação pelo jornal britânico The\n Observer de um artigo onde três padres e um ex-sacerdote acusaram, sob a\n condição de anonimato, o cardeal OBrien de ter tido nos anos 1980\n "comportamentos indecentes", o que a princípio foi negado pelo\n cardeal.\n \n Os\n quatro denunciantes, todos da diocese de Saint Andrews e Edimburgo, revelaram\n os fatos ao nuncio apostólico na Grã Bretanha, Antonio Mennini, na semana\n anterior ao anúncio da renúncia de Bento XVI.\n \n Um\n padre afirmou que foi vítima de ataques por parte do cardeal depois de uma\n festa regada a álcool, enquanto o outro indicou que OBrien aproveitava as\n orações noturnas para agir de forma inapropriada.\n \n Neste\n domingo, o ex-sacerdote voltou a fazer denúncias ao The Observer, indicando que\n seus superiores haviam alertado para os "danos" que ele poderia\n causar à Igreja acusando publicamente o arcebispo por comportamento indecente.\n \n Ele\n também lamentou "a aprovação fria" por parte da Igreja, quando\n "ousou enfrentar a sua hierarquia".\n \n O\n caso veio à tona no momento em que a Igreja deve escolher um novo Papa, após a\n renúncia surpresa de Bento XVI, que concluiu seu pontificado na quinta-feira.\n \n O\n escândalo chamou ainda mais atenção porque OBrien se tornou conhecido por suas\n posições conservadoras sobre a homossexualidade, que lhe valeram o título de\n "Bigot do ano" pela associação de defesa dos direitos homossexuais\n Stonewall.\n \n Ele\n se manifestou principalmente contra o casamento homossexual, que segundo ele\n "seria prejudicial ao bem estar físico, mental e espiritual das\n partes".\n \n Contudo,\n se pronunciou a favor do casamento dos sacerdotes, afirmando que para muitos\n "era muito difícil respeitar a regra do celibato".\n \n Keith\n OBrien apresentou em novembro sua renúncia ao cargo de arcebispo de Saint\n Andrews e Edimburgo, que devia ser efetivada em março, quando completaria a\n idade canônica de 75 anos.\n \n Contudo,\n Bento XVI "decidiu que minha demissão seria efetivada hoje, dia 25 de\n fevereiro de 2013", indicou Keith OBrien, sem mais explicações.\n \n No\n jornal Sunday Mail, uma padre da Escócia, John Robinson, expressou sua opinião:\n "Precisamos tirar lições dos erros cometidos no passado para avançar e\n transformar a igreja mais compreensiva que não condena as vítimas nem os\n agressores", considerou.\n \n \n \n \n