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Mundo
25/10/2017 16:16:00
Acusado de corrupção, ex-ministro de Cristina Kirchner se entrega à polícia

O Globo/LD

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Julio De Vido, ex-ministro do Planejamento do governo de Cristina Kirchner, se entregou à polícia nesta quarta-feira, após perder a imunidade parlamentar em uma votação no Congresso. O político é peça-chave na administração de obras públicas dos governos Kirchner dos quais foi ministro por 13 anos, durante os mandatos de Cristina e seu marido, Néstor Kirchner. De Vido enfrenta dois pedidos de prisão preventiva.

A Justiça argentina acusa o ex-ministro de sobrepreço de quase US$7 milhões em compra de gás liquefeito e por desviar 270 milhões de pesos em obras não completadas numa mina de carvão. Os dois juizes que estão à frente dos casos consideram que o político poderia atrapalhar as investigações caso continuasse em liberdade. De Vido ainda é acusado de estrago não intencional e administração fraudulenta por uma tragédia ferroviária que matou 51 pessoas e feriu 780 em 22 de fevereiro de 2012 e foi mencionado em investigações sobre o caso Odebrecht.

A votação para retirar a imunidade parlamentar do agora deputado recebeu 176 votos a favor e uma abstenção na Câmara. O bloco Frente para a Vitória (peronistas de centro-esquerda e kirchneristas) não participou por considerar que a iniciativa contava com a maioria necessária para apoiar a aprovação.

De Vido foi o ministro que administrou a maior quantidade de dinheiro do orçamento argentino durante os anos de governo kirchnerista. A prisão preventiva do ex-ministro foi pedida pelo procurador Carlos Stornelli, que investiga o suposto desvio de cerca de 26 bilhões de pesos (R$ 5,09 bilhões) entre 2005 e 2015, durante os governos de Néstor Kirchner (2003-2007) e de sua esposa, Cristina. Vizinhos do ex-ministro no bairro de Palermo aplaudiram e fizeram buzinaço quando viram a presença de policiais próximos à residência de De Vido. Porém, o deputado já havia se entregado à polícia.

Antes pilar do projeto de poder dos Kirchner, De Vido é um dos altos funcionários agora investigados pelos diversos casos que envolvem Cristina na justiça argentina. A ex-presidente enfrenta várias denúncias judiciais e já foi processada por irregularidades em operações de dólar futuro no Banco Central.

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