\n \n Após\n anunciar a utilização da lei antiterrorista, o governo do Chile deixou aberta a\n possibilidade de decretar o estado de exceção em Araucania, onde na última\n semana um ataque incendiário causou a morte de um casal de fazendeiros. “Não descartamos\n nenhuma outro instrumento jurídico que nos permita a Constituição e a lei”,\n disse neste domingo (06), o ministro do Interior, Andrés Chadwick, em\n referência a um possível estado de emergência na região Sul do país, a cerca de\n 700km da capital Santiago.\n \n Segundo\n o ministro, o estado de exceção só estabelece limites de movimento e reunião,\n de forma que sua aplicação dependerá do desenrolar dos acontecimentos. Após\n reunir-se com o presidente Sebastian Piñera e outros ministros, Chadwick\n insistiu que “o mais últil como instrumento jurídico é a invocação e a\n aplicação da Lei antiterrorista”, medida anunciada na última semana por\n indígenas e grupos de direitos humanos.\n \n Os\n incêndios que ocorreram na região nos últimos dias tem sido associado pelas\n autoridades à ação de grupos que consideram terroristas, vinculados à\n reivindicação de terra das comunidades mapuche.\n \n Reivindicações\n \n Em\n carta endereçada ao presidente Piñera, a líder mapuche Juana Calfunao Paillalef\n expressou suas condolências pela morte dos fazendeiros e assegurou que os\n representantes de seu povo “são os primeiros a repudiar a violência”, porque\n durante 130 anos viveram esse “trato inumano”.\n \n A\n “lonlo” - autoridade tradicional mapuche – ressaltou que os incêndios ocorreram\n em “um clima de violência e confrontação” e sublinhou que as autoridades\n chilenas “não podem fugir à sua responsabilidade devido à incapacidade política\n para solucionar o conflito”. “Não devemos esquecer que os fatos mencionados\n ocorrerem no contexto territorial de numerosas comunidades. Lutamos pela\n restituição de nossas terras que nos foram injustamente retiradas no passado”,\n diz a carta.\n \n Na\n região de Araucanía, estão concentrados cerca de 400 oficiais de polícia, 40\n peritos da Polícia de Investigações e a Agência Nacional de Inteligência, que\n utilizará os aparatos de informação das forças armadas para investigar o caso.\n As autoridades anunciaram também o estabelecimento de uma zona de vigilância na\n região com o uso de veículos blindados e helicópteros.\n \n A\n região foi ocupada militarmente pelo estado Chileno em 1883, como parte de um\n plano de ocupação do território chamado de processo de “Pacificação de\n Araucania”. Três anos depois, o Congresso criou uma comissão que facilitou a\n ocupação da região por particulares, deixando 500 mil hectares em posse dos\n indígenas.\n \n \n \n \n