Agência EFE/LD
ImprimirO Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) divulgou nessa segunda-feira (7) a lista de partidos políticos que poderão se inscrever nas eleições para governadores regionais, previstas para dezembro. O conselho antecipou que não permitirá que a coalizão opositora concorra em sete dos 23 estados do país. A informação é da Agência EFE.
"No caso da organização com fins políticos Mesa da Unidade Democrática [MUD], ela deverá se abster de inscrever candidaturas em Zulia, Apure, Monagas, Bolívar, Trujillo, Aragua e Carabobo, em cumprimento a decisões dos juizados desses estados, relacionadas com julgamentos que estão sendo antecipados desde o ano passado", explicou a CNE.
A MUD é a coalizão que agrupa os principais partidos opositores e tem maioria absoluta no Parlamento Nacional.
A inscrição para as eleições em que serão eleitos os governadores e as assembleias legislativas dos estados poderá ser feita hoje (8) e amanhã. Apesar da iminência das inscrições, os partidos da MUD - alguns dos quais estão autorizados a apresentar-se separadamente em todos os estados - não ofereceram até agora uma posição unitária sobre se concorrerão ou não a essas eleições, que deveriam ter ocorrido em 2016 e foram adiadas em duas ocasiões.
O pronunciamento mais claro até o momento foi o do líder do partido Ação Democrática (AD), o deputado e ex-presidente do Parlamento Henry Ramos Allup, que anunciou publicamente que sua legenda participará das eleições regionais.
No outro extremo está a coordenadora do partido Vente Venezuela, María Corina Machado, que descartou a inscrição da mesma forma que a Aliança Bravo Povo (ABP), do prefeito preso de Caracas, Antonio Ledezma. Esses partidos não estão incluídos na lista aprovada pela CNE para as eleições de dezembro.
A MUD considera o governo de Nicolás Maduro um regime ditatorial e se declarou em rebeldia diante das decisões do oficialismo.
Vários dirigentes da MUD foram presos ou inabilitados para exercer cargos públicos nos últimos anos.
A Venezuela vive, desde abril, uma série de manifestações a favor e contra o governo, que já deixaram 121 mortos. A situação se agravou desde a instalação, na sexta-feira passada (4), da Assembleia Constituinte, que não é reconhecida pela oposição e por vários governos e organismos internacionais.