Agência Brasil/LD
ImprimirOs uruguaios receberam, há poucos dias, a notícia de que a empresa finlandesa UPM fará outro investimento bilionário no país. O novo projeto é a construção da sua segunda fábrica de celulose de eucalipto, a ser construída no município de Durazno, e que receberá investimento de US$ 2,7 bilhões. Mas a decisão gerou protestos tanto no Uruguai quanto na Argentina.
A empresa divulgou uma nota em que afirma que investirá, ainda, US$ 350 milhões no Porto de Montevidéu e em instalações em Paso de los Toros, cidade situada às margens do Rio Negro. Os investimentos fazem parte da estrutura logística que a empresa necessita para funcionar.
E é justamente sobre esse o Rio Negro que estão voltados os olhos daqueles que não querem a construção da fábrica. No último sábado (27), por exemplo, houve protestos na Argentina. Um coletivo chamado Assembleia Cidadã Ambiental, da cidade argentina de Gualeguaychú, fez uma manifestação na estrada, entregando panfletos contra a instalação da fábrica no país vizinho.
A cidade argentina de Gualeguaychú fica a pouco mais de 40 quilômetros de Fray Bentos, cidade uruguaia onde está instalada a primeira planta da UPM, em funcionamento desde o ano de 2007. Fray Bentos, banhada pelo Rio Uruguai, é justamente a fronteira entre os dois países.
De acordo com os manifestantes, a preocupação é de que os rios Negro e Uruguai sofram com a poluição acumulada pelas duas fábricas. A instalação da primeira fábrica levou a confrontos entre Argentina e Uruguai que duraram anos.
A Assembleia Cidadã Ambiental emitiu uma nota em que repudia tanto a presença da fábrica (primeira planta) na bacia do Rio Uruguai, quanto a decisão da instalação da nova planta sobre o Rio Negro, afluente do Uruguai. Investimento
Em nota, a empresa prometeu aumentar em mais de 50% sua capacidade atual de produção de celulose e afirmou que as operações devem começar em meados de 2022. A nova fábrica terá capacidade de produção de 2,1 milhões de toneladas de celulose por ano. A primeira, localizada em Fray Bentos, produz 1,3 milhão de toneladas.
"Os pré-requisitos para o investimento foram preparados cuidadosamente em cooperação com o Estado uruguaio. Para UPM, foi importante garantir operações sustentáveis e competitivas a longo prazo e minimizar os riscos tanto no projeto como na operação. Para o Uruguai, esse investimento e a melhora da infraestrutura oferecem importantes oportunidades para o desenvolvimento econômico e social", diz a nota.
A empresa afirma ainda que, uma vez finalizada a construção, se estima que a planta aumentará o Produto Bruto Interno do Uruguai em aproximadamente 2% e o valor anual das exportações em cerca de 12%. Durante as obras, estima-se que até 6 mil empregos serão gerados. Após finalizada a construção, a estimativa é de cerca de 10 mil empregos permanentes. Além disso, afirmam que aproximadamente 600 empresas prestarão serviços a UPM.
A planta será construída em uma zona franca e pagará uma taxa anual fixa de US$ 7 milhões por ano. A estimativa é de que contribua com US$ 170 milhões anualmente em impostos e pagamentos de previdência social e contribua com US$ 200 milhões em salários anuais. Presidência
A Presidência do Uruguai emitiu uma nota em que celebra a decisão da instalação da nova fábrica e defende que o investimento reforça a imagem internacional do Uruguai quanto à sua segurança jurídica, estabilidade institucional, responsabilidade e confiabilidade, para a chegada de investimentos estrangeiros.
"Milhares de postos de trabalho decentes e formais nascerão como fruto do empreendimento que estamos celebrando", diz a nota.