Agência Brasil/LD
ImprimirUm aumento de casos de coronavírus submeterá a França a uma pressão enorme nos próximos dias, disse o primeiro-ministro, Édouard Philippe ,nesta sexta-feira (27), depois que o país relatou seu maior número diário de mortes e as autoridades expressaram o temor de que os hospitais dentro e ao redor de Paris possam ficar saturados em 48 horas.
No momento, Paris e seus subúrbios respondem por mais de um quarto das 29 mil infecções confirmadas de coronavírus nos hospitais franceses, quase 1.300 delas em unidades de tratamento intensivo. Mostrando a gravidade da doença, uma menina de 16 anos sem problemas de saúde preexistentes morreu do vírus na quinta-feira (26).
O número de mortes chegou a 1.696 em todo o país, e há sinais de que o vírus também está se tornando endêmico no sudoeste.
"A onda epidêmica que está varrendo a França é uma onda que é extremamente alta e que está submetendo todo o sistema de cuidados e saúde a uma tensão tremenda", disse o premiê aos repórteres após uma videoconferência entre ministros. "A situação será muito difícil nos próximos dias."
No dia 17 de março, o presidente Emmanuel Macron adotou medidas para restringir a circulação de pessoas a fim de frear a disseminação do vírus, mas médicos disseram que esperam uma onda de casos na semana que vem, porque o governo insistiu em realizar eleições locais e milhares de pessoas interagiram em parques e ruas antes de serem confinadas às suas casas.
Autoridades da área de Paris estão correndo para encontrar mais leitos em UTIs, ventiladores e pessoal médico e distribuir a carga de pacientes pela capital e seus subúrbios mais amplos.
A França já aumentou o número de UTIs de 5 mil para cerca de 8 mil, mas médicos dizem que Paris já está no limite depois de quase dobrar sua capacidade para cerca de 1.200.
"Está claro que precisaremos de ajuda na Île-de-France (região da grande Paris) porque o que aconteceu no leste está vindo para cá", disse Frédéric Valletoux, presidente da Federação de Hospitais Franceses, à BFM TV nesta sexta-feira.
Ele se referia à região do Grande Leste, onde o primeiro grande grupo de doentes surgiu e os hospitais já estão sobrecarregados.
"Estaremos no limite de nossa capacidade em 24 ou 48 horas. Precisaremos mostrar verdadeira solidariedade entre regiões, hospitais e aumentar o número de transferências de pacientes".
O Exército foi acionado para transferir alguns pacientes criticamente doentes para outras cidades do leste e, na quinta-feira, os primeiros pacientes foram levados do leste para o oeste nos trens de alta velocidade.