G1/LD
ImprimirUm mês depois da tragédia do derramamento de lama em Mariana, em Minas Gerais, o prefeito Duarte Júnior (PPS), afirmou nesta quinta-feira (3) em Paris que a cidade precisa começar a se preparar para diversificar mais a atividade econômica.
Criticado por investir pouco em setores de potencial paro município, como o turismo, Duarte afirma agora que o rompimento das barragens da mineradora Samarco desperta a cidade para essa necessidade.
“Mais de 80% da nossa arrecadação é totalmente dependente da mineração”, afirmou. “Chega o momento de a gente começar a entender o tamanho da nossa responsabilidade e de que temos nos organizar. Temos de nos preparar para deixarmos de ser tão dependentes.”
Duarte deu a declaração em um evento na Embaixada do Brasil em Paris, que reuniu prefeitos para discutir como o problema das mudanças climáticas pode ser tratado na esfera municipal. Ele foi convidado na última hora para integrar a comitiva que o Brasil levou ao evento, parte da programação paralela da COP21, a cúpula do clima de Paris.
“Não vim aqui para falar que sou contra a mineração e que a gente tem que fechar a mineração”, afirmou o prefeito. “Mas temos que entender a mineração com um parceiro que em determinado momento vai terminar. É finito.”
Segundo Duarte, a ideia de ir à França apenas um mês após a ocorrência da tragédia em Mariana é a de buscar parcerias para ajudar na reconstrução dos distritos destruídos pela lama e para reerguer a economia da cidade.
“Não estamos aqui para passar um saquinho de dinheiro e pedir apoio financeiro”, afirmou. “Nós queremos conhecimento, buscamos conhecimento.”
A tragédia de Mariana foi mencionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 30, quando a COP21 abrigou a maior cúpula de chefes de estado e de governo feita num único dia, reunindo 15 líderes mundiais. O derramamento de lama da Samarco não tem nenhuma relação com a mudança climática, mas a presidente afirmou em seu discurso que ele é um exemplo de como questões ambientais precisam ser tratadas com importância.