Folha/PCS
ImprimirO FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou nesta segunda-feira (8) que estima uma inflação de 10.000.000% (dez milhões por cento) para a Venezuela em 2019, sete vezes mais que o índice de preços deste ano.
Em sua edição de outubro das Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), a organização também eleva a sua previsão da alta de preços no país caribenho em 2018 de 1.000.000% para 1.370.000%.
"A expectativa é que a hiperinflação da Venezuela piore rapidamente, alimentada pelo financiamento monetário de um grande déficit fiscal e da perda da confiança na moeda", diz o documento.
O fundo ainda ressalta a projeção de um quinto ano seguido de recessão, com queda de 18% do PIB este ano e -5% em 2019. Caso se confirme, a economia venezuelana terá no ano que vem a metade do tamanho de 2013.O ano de 2013, em que morreu o presidente Hugo Chávez e o primeiro de Nicolás Maduro no comando do país, foi o último de crescimento. Desde então, a queda do preço do petróleo e decisões do governo aprofundaram a crise.
Em agosto, Maduro anunciou um pacote econômico em que cortou cinco zeros do bolívar e levou à desvalorização de 96% de seu valor em relação ao dólar, aproximando sua cotação da praticada no mercado paralelo.
O câmbio e outros preços fixos, como os salários e as taxas do governo, passaram a ser indexados ao petro, moeda virtual criada pelo regime com base no petróleo e que teve suas compras limitadas devido às sanções dos EUA.Também mudou a política de preços da gasolina, a mais barata do mundo, flexibilizou o câmbio, controlado desde 2003, e chegou a fazer inspeções e prender gerentes de supermercado acusados de aumentar os preços.
Os índices do FMI são divulgados no mesmo dia em que a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, anunciou que a inflação foi de 488.865% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado.
A Casa, que teve seus poderes anulados pela Assembleia Constituinte chavista, é o único órgão público que estuda a alta de preços no país. O regime não divulga as taxas oficiais há três anos. Com informações da Folhapress.