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09/10/2016 11:22:00
Furacão Matthew passa enfraquecido por Carolina do Norte e Virgínia

G1/LD

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O furacão Matthew foi rebaixado para a categoria de ciclone pós-tropical neste domingo (9), quando atingiu a Carolina do Norte e a Virgínia com um reduzido, mas ainda potente impulso, causando inundações e interrupções generalizadas no fornecimento de energia ao longo da costa do Atlântico nos Estados Unidos, depois de matar centenas de pessoas no Haiti.

A mais poderosa tempestade do Atlântico desde 2007 trouxe chuvas torrenciais e ventos fortes ao cruzar o norte, após passar pela costa sudeste dos Estados Unidos, matando ao menos 11 pessoas na Flórida, Geórgia e Carolina do Norte desde a quinta-feira e deixando mais de dois milhões de empresas e residências sem energia elétrica.

Os danos nos Estados Unidos, no entanto, foram muito menores do que no Haiti, onde Matthew tirou quase 900 vidas. Ao menos 13 pessoas na ilha caribenha também morreram de surtos de cólera desde a tempestade e cerca de 61.500 pessoas tiveram de ir para abrigos, segundo as autoridades.

O Matthew continua a ameaçar comunidades costeiras da Carolina do Norte e Virgínia, onde avisos de enchentes estavam em vigor e rajadas de vento de 120 quilômetros por hora foram registrados.

Furacão tocou o solo neste sábado

Neste sábado, na Carolina do Sul, o furacão tocou o solo perto da cidade de McClellanville, a norte de Charleston, de acordo com o NHC, que alertou que um "evento grave de inundação" ocorreu na área. Em Chaleston, as ruas do centro da cidade estavam inundando até a altura dos pneus dos carros, e alguns moradores andavam pelas ruas com a água na altura das costas, enquanto a maré alta se aproximava.

As autoridades do estado ordenaram a evacuação de 300 mil a 500 mil pessoas de áreas de risco para refúgios em áreas mais no interior, embora isto "não seja suficiente", segundo a governadora Nikki Haley.

O furacão também deixou milhares de casas e empresas no sudeste dos Estados Unidos sem energia elétrica. Na Flórida, um milhão de pessoas permanecem sem energia, segundo o governador, Rick Scott. Na Carolina do Sul, 433 mil estão na mesma situação, segundo a governadora Nikki Haley, e na Georgia são 275 mil sem energia.

As estradas em Jackson Beach, na Flórida, ficaram cheias de entulho e madeira. Cercas e toldos foram derrubados em edifícios em frente ao mar.

O governador Rick Scott, da Flórida, disse que mais de 6 mil pessoas passaram a noite em abrigos entre sexta e sábado, mas ele mostrou-se aliviado pelo fato de a tempestade não ter provocado maiores danos.

O presidente americano, Barack Obama, declarou estado de emergência em Flórida, Geórgia e Carolina do Norte e do Sul.

Devastação no Haiti

No Caribe, a passagem do Matthew com ventos de até 230 km/h causou grande destruição no Haiti, especialmente na parte do sul do país, que é o mais pobre das Américas. Milhares de casas foram destruídas, e cidades ficaram inundadas. As mortes ainda não foram calculadas, mas estima-se que passam de 800 vítimas.

"Considerando as dificuldades de acesso a certas zonas e, sobretudo, as dificuldades de comunicação, não podemos dar um balanço definitivo antes de quarta-feira (12)", disse à AFP a diretora de Defesa Civil, Marie-Alta Jean-Baptiste.

Algumas autoridades locais das zonas afetadas estimam que o balaço oficial, de 336 mortos, é subestimado. Segundo o senador Hervé Fourcand, o furacão Matthew causou a morte de pelo menos 400 pessoas no departamento Sul, que ele representa, enquanto que a Defesa Civil só contabilizou 78 mortes neste local.

"Somos muito prudentes frente a certos números que vemos circular, sem que necessariamente saibamos quem os comunicou e sem que tenhamos detalhe sobre as circunstâncias das mortes", comentou Jean-Baptiste.

As cidades de Miragoâne, Les Caye e Jeremie, todas ao sul, ficaram isoladas e foram totalmente devastadas. Para lá foi deslocado o comando do Brasil das tropas internacionais da ONU na missão depaz no Haiti (Minustah) e cerca de 330 soldados brasileiros.

Diante da dimensão das perdas humanas e materiais, o presidente provisório Jocelerme Privert decretou neste sábado (8) três dias de luto nacional, pouco antes de embarcar para a cidade de Jérémie, capital do departamento de Grande Anse, o mais atingido pelo desastre.

No Caribe, o furacão também passou pela Republica Dominicana, onde quatro pessoas morreram, por Cuba e pelas Bahamas, de onde seguiu para o sudeste dos EUA.

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