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Mundo
11/03/2012 11:44:33
Japoneses relembram tragédia de 2011 com minuto de silêncio e manifestações
Os japoneses celebram neste domingo o primeiro aniversário do forte tremor seguido de tsunami que varreu a costa nordeste do país, desencadeando o mais grave acidente nuclear do mundo em 25 anos.

Agência Estado/AQ

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Um minuto de silêncio no Japão pelas vítimas do tsunami de 11 de março de 2011 (Foto: Carlos Barria/Reuters)
\n \n Os japoneses celebram neste domingo o primeiro\n aniversário do forte tremor seguido de tsunami que varreu a costa nordeste do\n país, desencadeando o mais grave acidente nuclear do mundo em 25 anos. Um\n minuto de silêncio foi feito em todo o Japão, às 14h26 (horário local),\n exatamente um ano depois que um terremoto de magnitude 9,0 abalou Tohoku,\n provocando o pior tsunami da região em séculos. Em outros momentos, alguns\n japoneses também levantaram suas vozes em um protesto contra a política de\n energia nuclear do país e a lentidão com que as vidas voltam ao normal. \n \n Na região de\n Tohoku e em várias cidades do país, pessoas participaram de serviços memoriais\n e concertos, se reuniram com os familiares e amigos próximos e assistiram a\n reportagens especiais na televisão para relembrar o tríplice desastre que mudou\n tantas vidas. Cerca de 19 mil pessoas morreram ou ficaram desaparecidas -\n vítimas principalmente das ondas gigantes que varreram dezenas de comunidades\n ao longo da costa nordeste.\n \n O dia de\n hoje também testemunhou um ativismo recém surgido em uma nação conhecida pela\n indiferença política. Manifestações antinuclear aconteceram em importantes\n cidades, incluindo um protesto em frente à sede da Tokyo Electric Power,\n operadora da usina nuclear Fukushima Daiichi.\n \n A\n demonstração em Tóquio atraiu cerca de 30 mil pessoas, disseram organizadores,\n tornando-se uma das maiores do último ano. "É importante rezar pelas\n vítimas do desastre de 11 de março. Mas as orações por si só não mudarão o\n país", disse Miyako Maekita, organizador dos protestos na capital.\n \n Em\n Fukushima, uma manifestação em um estádio de baseball reuniu 16 mil pessoas,\n segundo organizadores, incluindo muitos agricultores e pescadores cujos meios\n de subsistência se perderam desde a tragédia. Em Onagawa, cidade costeira da\n prefeitura de Miyagi que sofreu danos extensos, os moradores celebraram o\n aniversário de um ano do desastre em locais que ofereciam uma clara visão do\n oceano, como o telhado de um edifício usado para escapar das ondas gigantes e\n os destroços de um cais do porto.\n \n Depois de um\n ano, o impacto do desastre continua reverberando em toda a nação. Em Tohoku,\n cerca de 350 mil pessoas ainda estão deslocadas de suas casas, com muitas\n vivendo em apertados alojamentos temporários, algumas desempregas e sem\n esperança, enquanto enfrentam um futuro incerto.\n \n O acidente\n de Fukushima contaminou severamente as cidades vizinhas, dentro e fora de um\n raio de 20 quilômetros, forçando dezenas de milhares de moradores e se mudar de\n suas casas. O governo japonês deve revisar as várias áreas de evacuação no\n final de março, e declarar algumas delas inabitáveis por décadas.\n \n Embora o\n acidente tenha gerado preocupações sobre a segurança da indústria nuclear do\n Japão, forçando o fechamento de outros reatores nucleares, também reduziu muito\n a capacidade de fornecimento de energia do país. Com isso, famílias e empresas\n tiveram que entrar no modo de economia de energia - uma tendência que pode\n pesar na economia nos próximos anos.\n \n Tóquio\n desembolsa 20,9 trilhões de ienes (cerca de US$ 250 bilhões) - quase o mesmo\n tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal - para reconstruir o\n nordeste. Os gastos incham as dívidas do governo do Japão, que já são as piores\n entre as grandes nações, levantando preocupações sobre a sua sustentabilidade.\n \n Ainda assim,\n para muitos japoneses, domingo foi um dia para relembrar daqueles que morreram\n e refletir sobre o que foi perdido. Na capital, cerca de 1.200 pessoas,\n incluindo algumas autoridades importantes do governo, participaram de uma\n cerimônia no Teatro Nacional do Japão. O convidado de honra foi o imperador\n Akihito, que fez uma aparição simbólica apenas três semanas depois de se\n submeter a uma cirurgia de ponte de safena. Falando devagar, mas em alto e bom\n tom, o imperador dedicou a maior parte de seu discurso a agradecer as pessoas\n pelos sacrifícios e trabalho duro.\n \n "Eu\n nunca poderia esquecer de que havia bombeiros e outros que perderam as vidas\n para resgatarem outros e garantirem a segurança, mesmo que soubessem que as\n suas próprias vidas estavam em perigo", afirmou o imperador Akihito. As\n informações são da Dow Jones. \n \n
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