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Mundo
25/01/2019 17:53:00
Líder oposicionista aparece e pede que população siga nas rua
Juan Guaidó também agradeceu aos opositores que estão exilados ou presos

Folha/PCS

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Às 12h42 locais, sob sol forte, o líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó, 35, começou seu discurso pedindo um minuto de silêncio em respeito aos 30 mortos durante a repressão nos últimos dias.

Guaidó, que é presidente da Assembleia Nacional venezuelana, se declarou presidente encarregado do país na quarta (23) e foi reconhecido pelo governo dos EUA, Brasil e outros países da região.

O ato, marcado inicialmente para as 10h locais, atrasou por conta da dificuldade de Guaidó em chegar ao local, uma vez que está sendo vigiado e tem de esquivar as forças de segurança.

Mas quem o esperava não parecia se importar. Com os gritos de guerra "se sente, se sente, Guaidó presidente", "não fazemos as malas, faremos país" e "liberdade, liberdade", os manifestantes que se reuniram na pequena praça Bolívar de Chacao se apertavam, pois cada vez chegava mais gente. Havia jovens sobre troncos de árvores. "Não vão cair de maduro!", gritou uma senhora. Muitos riram do trocadilho.

O clima era de festa. "Mas bem que podia estar tocando uma rumba, para o tempo passar mais rápido", disse Samuel Segré, 62, professor de escola primária que compareceu de terno.

Quando Guaidó chegou ao palco improvisado sob uma estátua de Bolívar montado a cavalo, os gritos de "presidente, presidente" tomaram o espaço. Estava acompanhado de Lilian Tintori, mulher do preso político Leopoldo López (do mesmo partido que Guaidó).

Logo que terminou o minuto de silêncio, Guaidó abriu um sorriso e levantou a mão aberta, guardando semelhança com o gestual do ex-presidente norte-americano Barack Obama.

"Quero pedir que não gritem mais 'obrigada', eu não estou fazendo isso sozinho". Em vários momentos, disse frases para diferencia-lo de líderes populistas.

"A Venezuela não precisa de salvadores da pátria, precisa de servidores, eu sou um servidor."

Em outro momento, falou em construir uma democracia "madura", e o público vaiou. Ele riu. "OK, escolhi mal a palavra, mas vocês entenderam", disse, entrando no clima descontraído do encontro.

Disse que vários anúncios serão feitos nos próximos dias como estratégia de transição, "não vamos voltar à Venezuela do passado, mas sim construir a do futuro."

Disse que resgatará "coisas boas que perdemos", como a "produção jornalística, dramatúrgica e pedagógica da RCTV", quando foi muito aplaudido.

Em referência ao ditador Nicolás Maduro, disse que "o governo espera que esse movimento vai se desinflar, que nós vamos nos cansar. Vocês vão se cansar?". A multidão respondeu gritando que não.

Ele pediu que os atos continuassem, sem provocações que gerassem repressão. Fez menção a alguns dos mortos dos últimos dias e agradeceu aos opositores que estão exilados ou presos.

Disse que não se deve abandonar as ruas, "precisamos continuar mostrando ao mundo os mares e rios de gente que somos capazes de mobilizar", enquanto ele e sua equipe estão colocando como prioridades a transição e a entrada urgente de ajuda humanitária.

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