Agência Brasil/LD
ImprimirA Agenda de Ação Lima-Paris (LPAA, na sigla em inglês) – uma espécie de fórum de engajamento na convenção do clima das Nações Unidas – anunciou a criação do Pacto de Paris sobre Água e Adaptação às Mudanças Climáticas, uma coalizão internacional de nações, organizações de bacias hidrográficas, empresas e sociedade civil para tornar os sistemas de água mais resistente aos impactos das mudanças do clima.
O anúncio foi feito ontem (2) durante evento da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, que também tratou de outras parcerias e coligações para tornar mais resilientes às alterações climáticas bacias hidrográficas, lagos, aquíferos e deltas e reduzir a interferência humana em oceanos.
Quase 290 organizações de bacias hidrográficas fazem parte do Pacto de Paris, que engloba compromissos individuais para implementar planos de adaptação, fortalecendo o monitoramento de água e sistemas de medição em bacias hidrográficas e promovendo a sustentabilidade financeira e novos investimentos em gestão de sistemas de água.
Os investimentos neste projetos representam mais de US$ 20 milhões em assistência técnica e, potencialmente, mais de US$ 1 bilhão em financiamento.
Segundo a LPAA, as mudanças climáticas e o uso insustentável da água, estão causando impactos generalizados sobre sociedades e economias e gerando secas, inundações e aquecimento que afetam todos os sistemas de água. “Sem uma melhor gestão dos recursos hídricos, o progresso rumo às metas de redução da pobreza, a conquista das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e do desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões econômicas, sociais e ambientais, será posta prejudicada”.
Entre os projetos estão:
- No Peru, Equador, Brasil e na Colômbia, o programa EcoCuencas, um compromisso de três anos a um mecanismo financeiro de adaptação às alterações climáticas em bacias hidrográficas, apoiado pela Comissão Europeia.
Um compromisso financeiro para que a Índia melhore sua gestão de águas subterrâneas.
O lançamento de um plano de investimento de dez anos para fortalecer a resiliência às mudanças climáticas na Bacia do Níger, que envolve nove países africanos, com o apoio financeiro do Banco Mundial, da União Econômica e Monetária do Oeste Africano, do banco alemão de Desenvolvimento - KfW, do Fundo Global para o Meio Ambiente e dos próprios países.
Na Jordânia, Espanha, Tunísia, no Líbano, Marrocos e em Mônaco, um compromisso de sete anos no âmbito da Plataforma de Água do Mediterrâneo para avaliar o estado e as tendências dos recursos hídricos, com o apoio da Comissão Europeia.
No Marrocos, um projeto para aumentar a resiliência do setor agrícola através da melhoria na prática da irrigação, com financiamento do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e do Reino de Marrocos.
No México, a colaboração de quatro anos para melhorar a gestão dos recursos hídricos e serviços de água no Vale do México.
Na China, um compromisso de 3 anos para melhorar a gestão da bacia do Rio Hai, apoiado pela França.
Na Bacia do Congo, na África central, o lançamento de um programa de monitoramento hidrológico e meteorológico beneficiando mais de 160 milhões de cidadãos, com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento.