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ImprimirO papa Francisco pediu perdão nesta segunda-feira (25) "pelo mal que tantos cristãos cometeram contra os povos indígenas" do Canadá e lamentou a participação de sua Igreja no que descreveu como "destruição cultural".
O papa Francisco voltou a classificar sua viagem ao Canadá como uma "peregrinação penitencial" e pediu perdão por todo sofrimento provocado pela Igreja Católica contra os povos indígenas em diversas regiões do país até meados dos anos 1970.
"Estou magoado. Peço perdão pela maneira como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas cooperaram, também por meio da indiferença, nesses projetos de destruição cultural e assimilação forçada", declarou a uma multidão de indígenas das Primeiras Nações, Metis e Inuit em Maskwacis, na província de Alberta.
No entanto, "é bom lembrar, porque o esquecimento leva à indiferença e, como já foi dito, 'o oposto do amor não é o ódio, é a indiferença… o contrário da vida não é a morte, mas a 'indiferença à vida ou à morte'", acrescentou.
Segundo o Pontífice, "recordar as experiências devastadoras que ocorreram nos internatos afeta, indigna, dói, mas é necessário", principalmente porque "tem sido devastador para o povo destas terras".
"O lugar onde nos encontramos ecoa um grito de dor" completou o pontífice argentino de 85 anos.
Visita à Ucrânia Apesar dos problemas no joelho, o papa quis cumprimentar os jornalistas um a um e caminhou com a ajuda de sua bengala pelos corredores do avião.
Segundo o site Brasil de Fato, os jornalistas lhe perguntaram também sobre a possível ida à Ucrânia e Francisco garantiu que gostaria de realizar essa viagem, mas admitiu "que a organização é complicada".
O secretário de Estado do Vaticano para as Relações com Estados, Paul Richard Gallagher, assegurou em uma entrevista recente que Francisco poderia ir a Kiev já em agosto, embora, de acordo com as respostas do papa, essa circunstância pareça remota.
Francisco, de 85 anos, chega a Edmonton às 14h40 (hora de Brasília) e participa de uma breve cerimônia de boas-vindas com a presença da governadora-geral Mary Simon e do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.