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Mundo
26/08/2016 14:42:00
Primeiro táxi sem condutor do mundo já começa a circular

Midiamax/LD

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Nem Uber nem Google nem Microsoft participaram da criação do primeiro táxi sem condutor do mundo. Esse veículo chegou pela mão da nuTonomy, uma pequena empresa filial do prestigiado MIT, de Massachusetts (EUA), que pôs em funcionamento nesta quinta-feira o primeiro carro autônomo a serviço dos usuários. A reportagem é do El País Brasil.

Pode ser alugado ou pego em plena rua por qualquer pessoa. E isso acontece muito longe do Vale do Silício: em Cingapura. Nesta cidade-Estado a nuTonomy está há dois anos fazendo os primeiros testes, já que pretende lançar uma frota de táxis sem motorista em plena operação em 2018.

“Com esta versão em teste o que buscamos é observar e aprender como as pessoas interagem com os carros autônomos. Aprendemos muito com a condução em estradas, mas agora queremos aprender ainda mais levando viajantes”, explicou a EL PAÍS Doug Parker, um dos fundadores da nuTonomy.

O espaço no qual será possível pegar táxi é, por ora, muito limitado. Apenas seis quilômetros quadrados de vias públicas. É a mesma região na qual foram realizados os testes do veículo e onde se continua estudando o funcionamento desse tipo de carro Trata-se de One North, o distrito financeiro no qual estão sediadas todas as grandes empresas de tecnologia do mundo e que tenta imitar o Vale do Silício (EUA).

A área foi escolhida porque seus funcionários costumam estar relacionados com o campo da tecnologia. “Este teste é uma versão beta com a qual pretendemos convidar as pessoas que vivem e trabalham em One North a usar nosso serviço. Mas o plano é expandir o teste para mais lugares e mais usuários, à medida que os meses forem passando”, explicou Parker.

Todos esses veículos autônomos são elétricos. Este primeiro protótipo é um Mitsubishi imiev, mas os táxis que comporão a frota em 2018 em Cingapura serão do modelo Renault Zoe. Parker abriu novas possibilidades: “Estamos estudando utilizar outros carros em outros países”.

O motivo pelo qual a nuTonomy, uma pequena empresa com muito menos capacidade, se antecipou a grandes gigantes e investidores neste tipo de veículos, como o Uber, pode ser encontrado na localização da empresa. O Uber, que opera principalmente nos Estados Unidos, tem mais capacidade e mais orçamento, mas a nuTonomy conta com o apoio orçamentário e regulatório do governo de Cingapura, que na prática se tornou um de seus mais importantes investidores, depois de financiá-lo com o equivalente a 58 milhões de reais em maio.

Cingapura é um país de apenas 700 quilômetros quadrados, rodeado dos grandes asiáticos, que em parte baseou sua sobrevivência em se tornar um líder em tecnologia. O projeto empreendido pelo Governo de Cingapura é o de converter o país no primeiro inteligente do mundo, e é isso que o leva a apostar na incorporação das tecnologias mais inovadoras na cidade-Estado.

Além do mais, o Governo está há 50 anos sob o comando do mesmo partido, sem oposição política permitida, o que dá a seu primeiro-ministro luz verde para aprovar a regulação de todos os planos e ideias que queira levar adiante.

O ministro da área de Smart Nation, Vivian Balakrishnan, explicou a EL PAÍS com contundência o porquê dessa aposta por carros autônomos: “Porque não podemos esperar que sejam perfeitos, mas sim que sejam mais seguros que os de condução humana”.

O software desenvolvido pela nuTonomy é o primeiro diferencial em relação aos outros carros autônomos. Parker explica que a maioria desses novos veículos tem sensores, câmeras, lasers e scanners muito semelhantes, por isso o valor agregado está na configuração dessas ferramentas. Assim, no processo de condução que a start-up desenvolveu é empregada uma lógica diferente da dos gigantes tecnológicos.

O sistema da nuTonomy se pauta por uma série de regras de importância que o veículo tem assimiladas de forma hierárquica. O carro sabe quando tem que romper uma para cumprir outra de maior relevância. Duas das normas principais do carro da nuTonomy são manter a velocidade, em primeiro lugar, e, depois, manter-se alinhado em relação aos demais veículos. “Manter a velocidade é mais importante, de modo que se um carro vai mais devagar e temos de ultrapassá-lo, o nuTonomy viola a regra de manter-se atrás porque ela é menos relevante”, observa Parker.

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