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Mundo
20/05/2014 05:29:37
Suíça vota proposta de salário mínimo de R$ 10 mil
Valor equivale a 4 mil francos suíços, ou 22 francos suíços (US$ 24,70) por hora de trabalho

BBC Brasil/PCS

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Um\n salário mínimo mensal de R$ 9.970. Essa é a proposta que a Suíça vota nas urnas\n neste fim de semana, liderada por sindicatos e partidos de esquerda.\n \n O valor\n equivale a 4 mil francos suíços, ou 22 francos suíços (US$ 24,70) por hora de\n trabalho. Se aprovado, o primeiro salário mínimo do país também será o mais\n alto do mundo.\n \n Atualmente,\n o ranking mundial é liderado por Luxemburgo (US$ 10,65), seguido por França\n (US$ 10,63) e Austrália (US$ 10,21). No Brasil, o mínimo mensal de R$ 724 reais\n corresponde a R$ 3,29 por hora (US$ 1,48). Os dados são da OCDE (Organização\n para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para 2013.\n \n "A\n grande questão na Suíça é o custo de vida, que é muito alto. Estima-se que o\n mínimo rendimento para uma vida decente no país seja de 3,8 mil francos\n suíços", explicou à BBC Brasil o economista brasileiro Guilherme Suedekum,\n que cursa mestrado em Estudos de Desenvolvimento Econômico no Graduate\n Institute, em Genebra.\n \n Dados do\n governo da Suíça indicam que apenas 9% da população economicamente ativa, ou\n seja, 330 mil suíços, recebem salário mensal inferior a 4 mil francos.\n \n O país\n também figura entre os mais ricos da Europa e resistiu incólume à crise\n econômica que abala o continente desde 2010. Grande parte do feito deve-se ao\n setor bancário, o mais lucrativo da Suíça.\n \n publicidade\n \n "Do\n ponto de vista econômico, a proposta da adoção de um salário mínimo é mais\n prejudicial do que benéfica, mas do ponto de vista social, pode ser uma opção\n de desenvolvimento com menos pujança", afirmou Suedekum.\n \n Segundo a\n União Sindical Suíça (USS), que propôs o referendo, a iniciativa promoveria um\n salário digno, distribuiria a renda no país e também ajudaria a diminuir a\n diferença de salários pagos a homens e mulheres (que representam a maioria\n entre os que recebem menos).\n \n "Quero\n que meu filho possa sair da faculdade com a garantia de um salário mínimo que\n ao menos pague as contas dele", afirmou a vendedora suíça Barbara Martin,\n 43.\n \n Grande\n parte dos imigrantes também vê com bons olhos a ideia do mínimo. "Dá uma\n sensação de mais segurança e é um valor alto, ao contrário do mínimo no Brasil,\n que não dá para nada", disse Larissa Ribeiro, manicure em um salão de\n Genebra.\n \n Oposição
\n Por outro lado, os opositores sugerem que a proposta possa provocar uma\n disparada da inflação e do desemprego. "Como o mínimo é um indexador e\n serve de base para toda a economia, a tendência é de que ele puxe para cima os\n outros salários e os preços também", acrescentou Suedekum.\n \n Em\n comunicado divulgado nesta semana, a Associação Suíça dos Empresários declarou\n que a aprovação de um mínimo seria uma medida "socialmente e\n economicamente fatal".\n \n Segundo a organização, pequenos e médios empresários teriam\n dificuldade de arcar com os salários, principalmente em regiões menos abastadas\n do país, fora do eixo Genebra-Zurique.\n \n "A Suíça tem uma economia estável, mas o salário mínimo fixo\n cria rigidez para as empresas. Não é possível, por exemplo, reduzir pagamentos\n no caso de uma crise. Como acontece no Brasil, a única solução acaba sendo\n demitir pessoal", explica Suedekum.\n \n Pesquisa de opinião, realizada pelo instituto SSR e divulgada no\n último dia 7, indicava que 64% dos entrevistados eram contra a proposta do\n mínimo e 30% a favor.\n \n Atualmente, dos 28 países da União Europeia, apenas sete não\n possuem um salário mínimo fixado nacionalmente: Dinamarca, Itália, Áustria,\n Finlândia, Chipre, Suécia e Alemanha.\n \n A partir de janeiro de 2015, porém, Berlim também adotará um\n mínimo de 8,50 euros por hora (US$ 11,65).\n \n nbsp;
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