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ImprimirA lua atingiu no começo do dia de hoje o seu ponto mais próximo da Terra em 2022, uma distância de perigeu de 357.264 quilômetros, mas apenas horas depois é que a lua ficará oficialmente cheia. Embora a lua cheia teoricamente dure apenas um momento, por um ou dois dias antes e depois ela será percebida como cheia. E, no caso do dia de hoje, recebe grande atenção do público e da mídia.
Em se tratando de dia de perigeu com lua cheia, o noticiário se enche de informações sobre a maior e mais brilhante lua do ano, o que acabou ficando conhecido popularmente e na mídia como superlua, termo que era desconhecido das pessoas há pouco mais de uma década e que em anos recentes se tornou uma febre midiática anual.
Batizada de “Buck Moon”, ou Lua dos Cervos, pela cultura nativo-americana dos Estados Unidos, a Lua cheia de julho, que também é a terceira superlua do ano, é um dos principais eventos astronômicos deste mês. Fotógrafos no mundo inteiro estarão com as suas lentes voltadas hoje para o céu em busca das melhores imagens do satélite natural da Terra.
O nome “Lua dos Cervos” é creditado ao ciclo de crescimento anual dos chifres de cervos machos, que tipicamente caem em janeiro ou fevereiro e atingem o ápice do crescimento em julho, para quem possam estar totalmente formados durante a temporada de acasalamento, que vai de setembro a dezembro.
A lua nascerá no horizonte a Sudeste entre 17h30 e 17h40, hora de Brasília, e será possível ser vista durante toda a noite. O melhor momento para a observação, entretanto, é logo após nascer no fim da tarde, quando deve ter tonalidades amareladas, alaranjadas ou mesmo avermelhadas pela interação com a atmosfera.
A previsão de nebulosidade do modelo norte-americano GFS para a noite de hoje indica que a superlua poderá ser vista em grande parte do Brasil, apesar de que em algumas áreas como parte do Sul e do Sudeste do Brasil haverá maior presença de nuvens. No Brasil Central, as nuvens devem ser predominantemente altas e não devem afetar a observação.
A origem do termo superlua
O termo superlua não veio de nenhum astrônomo. Ao contrário, surgiu a partir de um astrólogo chamado Richard Nolle. Ele usou o termo pela primeira vez em uma edição de 1979 da Dell Horoscope, uma revista periódica norte-americana que já deixou de circular que cobria a astrologia. A publicação se autodenominava “a principal revista de astrologia do mundo”.
Para a sua designação de superlua, Nolle escreveu que “uma lua cheia que ocorre com a lua em ou perto (dentro de 90%) de sua aproximação mais próxima da Terra em uma determinada órbita (perigeu)” receberia a marca “super”. Eis a razão, com base apenas na definição de Nolle, para a lua cheia de hoje será rotulada como “super”.
Curiosamente, embora o termo tenha tido pouco impacto em 1979, de repente chamou muita atenção em 11 de março de 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 atingiu o Japão. Oito dias depois, uma lua cheia coincidiu com o perigeu e imediatamente foram feitas sugestões de que isso poderia ter servido como o gatilho para o enorme terremoto japonês. Um dos primeiros a fazer essa afirmação foi o próprio Nolle, que conjecturou que as superluas podem causar “estresse geofísico”. Com isso, o termo “superlua” ganhou força na grande mídia.
Você não vai ver uma lua gigante
Sempre que há um evento de superlua, imagens lindas e incríveis de uma lua gigante no céu podem ser vistas na imprensa e em sites especializados em Astronomia, o que leva muita gente a crer que se trata de uma manipulação por computador. Na realidade, os fotógrafos podem simular a ilusão da lua enorme no horizonte usando uma lente longa, com edifícios, montanhas ou árvores no quadro, explica a NASA.
Então, lembre-se que quando você vê fotos deslumbrantes que apresentam uma lua gigante acima da paisagem, tais imagens são obtidas ampliando objetos distantes perto do solo. Em outras palavras, a lua parece maior nestas fotos porque é uma visão ampliada. As fotos, porém, são reais e não photoshop.
Embora o noticiário que a lua “parecerá 14% maior e 30% mais brilhante que o normal”, não é bem assim. As superluas parecem 14% maiores e 30% mais brilhantes não em comparação com luas cheias à sua distância média da Terra, mas em comparação com luas cheias próximas à sua distância mais distante da Terra (apogeu). Tais luas cheias distantes também são coloquialmente chamadas de “microluas” ou “miniluas”. Por isso, muita gente não enxerga grande diferença em relação às outras luas cheias do ano.