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ImprimirO mundo vai esquentar: é o que afirma um relatório da Organização Meteorológica da ONU divulgado nesta quinta (29). O documento prevê que as temperaturas globais devem aumentar entre 3ºC e 5º neste século. As informações são das agências Reuters e France Presse.
O secretário-geral da Organização Meteorológica, Petteri Taalas, atribuiu o aumento de temperatura às concentrações de gases estufa, que estão "mais uma vez em níveis recordes", afirmou. "Se explorarmos todos os recursos de combustíveis fósseis, o aumento na temperatura vai ser consideravelmente mais alto", disse.
Cientistas dizem que é vital limitar o aumento das temperaturas globais a 2ºC para evitar condições climáticas mais extremas, elevação do nível do mar e perda de espécies de plantas e animais.
Ainda assim, mesmo esse aumento poderia trazer consequências como aumento da fome e do nível do mar, segundo brasileiros que participaram do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), divulgado neste ano. Eles avaliam que o ideal é que a temperatura suba apenas 1,5ºC — o que, por si só, já traria efeitos negativos.
O relatório também apontou que 2018 foi um dos anos mais quentes já registrados na história. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) observou que a temperatura média da superfície do planeta nos dez primeiros meses do ano foi superior em quase 1 ºC aos valores da época pré-industrial (1850-1900). Além disso, os 20 anos mais quentes da história foram registrados nos últimos 22 anos, com os últimos quatro no topo da lista, de acordo com a OMM.
Acordo de Paris
Durante a Conferência do Clima de Paris, em 2015, os países se comprometeram a trabalhar para limitar o aumento da temperatura global a 2ºC — um passo que exigirá uma redução radical no uso dos combustíveis fósseis, que são a principal causa do aquecimento global.
O assunto será um dos temas a serem debatidos na próxima conferência da ONU sobre mudanças climáticas — a COP-24, que será inaugurada no domingo (2). As discussões acontecerão entre segunda-feira (3) e o dia 14 de dezembro em Katowice, na Polônia — uma das regiões de mineração de carvão mais poluídas da Europa.
As conversas têm o objetivo de produzir um "livro de regras" sobre como implementar o Acordo de Paris de 2015 — ao qual os Estados Unidos, a pedido do presidente Donald Trump, anunciaram que renunciariam.
O sucesso, de acordo com o anfitrião polonês da conferência, dependerá de um milagre.
"Se todos os países pudessem cumprir suas promessas, poderíamos chegar a 3 graus de aquecimento — o que significaria uma quantidade crescente de desastres e dificuldades com a agricultura", disse Taalas.