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12/07/2018 14:33:00
Trump diz que compromisso dos EUA com a Otan continua forte

G1/LD

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O presidente Donald Trump disse nesta quinta-feira (12) que o compromisso dos Estados Unidos com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "continua muito forte" após dois dias de encontro em Bruxelas.

O americano ainda comemorou que os países aliados tenham se comprometido a aumentar o investimento em defesa "como nunca o tinham feito antes".

"Eles vão. Eles vão. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Eles todos fizeram compromissos, e eles investirão até 2% ao longo de um período, um período relativamente curto de anos", afirmou Trump, segundo a CNN.

O compromisso atual é chegar a 2% até 2024, mas com termos condicionais que permitiriam a alguns adiar este prazo para 2030.

"A Otan está muito mais forte agora do que há dois dias", disse Trump.

Na declaração final após o encontro, divulgada na quarta-feira (11), os líderes da Otan - aliança de 29 países - declararam seu "compromisso inabalável" com um acordo sobre metas de gastos com defesa e enfatizaram suas preocupações com as ameaças representadas por Rússia, Irã e Coréia do Norte.

"Estamos comprometidos em melhorar o equilíbrio de compartilhar os custos e responsabilidades da filiação à aliança".

"Estados Unidos não foi tratado de maneira justa, mas agora somos. Acredito na Otan", concluiu Trump.

Tensão nas negociações

Autoridades presentes à reunião disseram que Trump chocou muitos dos presentes e chegou a romper com o protocolo diplomático ao se dirigir à chanceler alemã, Angela Merkel, pelo primeiro nome, dizendo: "Angela, você precisa fazer algo a respeito disso", de acordo com a Reuters.

O clima tenso das negociações gerou especulações sobre a possibilidade de Trump declarar a saída dos Estados Unidos da Otan. Trump reconheceu que o diálogo foi duro "durante um certo tempo" e disse ter demonstrado aos líderes que estava "extremamente infeliz".

"Os Estados Unidos pagam muito. A Otan ajuda mais os países europeus do que os Estados Unidos", declarou.

Questionado durante a coletiva, se ele poderia retirar o seu país da Otan sem aprovação do Parlamento, ele respondeu que "provavemente poderia", mas que seria "desnecessário" já que as conversas terminaram nos melhores termos. "Tudo se encaixou no final", afirmou.

Gasto militar

A declaração dos países-membros da Otan pode ser considerada um claro aceno às críticas do presidente de Trump. O governo americano tem um orçamento militar que alcança 3,5% do PIB e contribuições diretas ao orçamento da Otan representam 22% do total. O país exige que os sócios cumprissem a meta de 2% do PIB, que foi estabelecida em 2014.

Na cúpula, Trump pediu que os aliados aumentassem seus gastos em defesa para 4% do produto interno bruto. "O presidente Trump, que falou primeiro, levantou a questão de não apenas atingir 2% hoje, mas [defrinir] uma nova meta de 4%", disse o presidente da Bulgária, Rumen Radev. A informação foi confirmada pela Casa Branca.

Rússia

Questionado se Putin representa uma ameaça, Trump disse: "Eu não quero que ele seja, e é por isso que temos a Otan. "Ele é um competidor. Ele é meu inimigo? Ele não é meu inimigo... Com esperança, algum dia, talvez, ele será um amigo. Eu só não o conheço muito bem", afirmou o líder americano, de acordo com a Reuters.

Trump afirmou que falará com Putin sobre as acusações de interferência russa na eleição presidencial americana em 2016, durante sua reunião em Helsinque, que acontecerá na segunda-feira (16). "Perguntaremos sobre a Síria, sobre a interferência [nas eleições], a pergunta favorita de vocês", disse, segundo a agência France Presse.

Antes do início do encontro, Trump acusou a Alemanha de ser "prisioneira" da Rússia em virtude da sua dependência do gás russo. A chefe do governo alemão, Angela Merkel, rebateu a crítica defendendo o direito de seu país de tomar suas próprias decisões. Na coletiva, porém, ele afirmou ter boas relações com Merkel.

Visita ao Reino Unido

Trump chegou nesta manhã em Londres para uma visita oficial de dois dias e um fim de semana de agenda privada. Várias manifestações contra o líder norte-americano estão programadas na capital inglesa e em outros locais por onde ele deve passar. Esta é primeira vez que Trump vem ao Reino Unido na condição de presidente.

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