Agência EFE/LD
ImprimirO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exigiu que Colômbia e México esclareçam as declarações atribuídas a um diretor da CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) sobre um suposto trabalho conjunto para derrubar seu governo e advertiu que, após essas explicações, tomará decisões políticas e diplomáticas. As informações são da EFE.
"Eu exijo que o governo do México e o governo da Colômbia esclareçam essas declarações do diretor da CIA e tomarei decisões de caráter político e diplomático diante desta ousadia", disse o Maduro.
O primeiro-ministro venezuelano, Samuel Moncada, afirmou que a CIA trabalha com a Colômbia e México para "derrubar o governo democrático da Venezuela" e publicou um vídeo no Twitter em que, segundo ele, o diretor da agência de inteligência, Mike Pompeo, manifesta que os Estados Unidos têm "profundos interesses no país caribenho".
Moncada ressaltou que essas declarações eram "provas" que os EUA "coordenam com a Colômbia e México a destruição da democracia na Venezuela". O ministro publicou uma imagem com outra transcrição de um discurso de Pompeo em um Fórum de Segurança de Aspen e, segundo o texto, o agente diz que estão "muito otimistas que pode haver uma transição na Venezuela".
Intervenção é denunciada
O presidente venezuelano afirmou que o México, a Colômbia e a CIA pretendem "intervir na Venezuela" e que a "oligarquia" destes dois países foi "entregue" ao império "americano".
"Eu sei que estão desesperados, pois o México só tem mais cinco anos de petróleo, esgotaram seus reservas. Já a Colômbia tem mais seis anos de petróleo e eles pretendem que o petróleo da Venezuela pertença ao imperialismo e oligarquias", afirmou. Após as declarações de Moncada, os governos colombiano e mexicano negaram qualquer intenção intervencionista.
A Venezuela vive desde o mês de abril uma onda de protestos a favor e contra o governo de Maduro, alguns dos quais se tornaram violentos, culminando com 100 mortes e mais de mil detidos No próximo dia 30, os venezuelanos estão convocados às urnas para escolher os mais de 500 membros de uma Assembleia Nacional Constituinte destinada a redigir uma nova Constituição, tendo poderes para reorganizar o Estado.