\n \n “A\n justiça soltou uma pessoa que atirou à queima-roupa para matar”. O desabafo é\n de Tatiana Virgínia Gonçalves, de 30 anos, viúva de Ike Cezar Gonçalves, morto\n por um policial militar na madrugada do dia 28 de outubro do ano passado em\n frente à casa de show Santa Fé, na rua Brilhante, em Campo Grande.\n \n Quase\n seis meses depois do crime, o policial militar Bonifácio dos Santos Júnior, que\n estava preso no Presídio Militar, foi solto na última segunda-feira (15). Ele é\n acusado de ter matado Ike com um tiro na cabeça e ter atingido Max Bruno Souza Leite,\n na época com 19 anos, com um tiro de raspão.\n \n Emocionada,\n Tatiana disse que os três filhos do casal, um de 8, 5 e 4 anos, não sabem que o\n pai for assassinado. “Eu falo para eles que o pai estava dormindo, doeu o\n coração e ele foi encontrar o vovô lá no céu”.\n \n A\n sensação de perder alguém dessa forma, afirma, é horrível. “Não quero vingança,\n meu desejo é que ele pague pelo crime que cometeu e que tenha consciência de\n que ele tirou a vida de um pai de família”, afirma.\n \n Segundo\n Tatiana, todos os dias os filhos sentem a falta do pai e perguntam dele. Para\n tentar amenizar a dor das crianças, a mãe evita que os filhos assistam a TV\n quando está passando alguma notícia sobre a morte do pai.\n \n “Nós\n estamos aqui sofrendo, clamando por justiça e a cada dia a saudade aumenta\n mais. Ao contrário do policial, que até engordou nesse tempo que ficou preso. A\n justiça dos homens pode até não ser feita, porém da justiça divina ele não\n escapa”, finaliza Tatiana.\n \n De\n acordo com o advogado do policial, José Roberto Rodrigues da Rosa, Bonifácio\n deve voltar ao trabalho no setor administrativo da Polícia Militar (PM). O\n habeas corpus foi concedido no último dia 15 pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça).\n \n O\n policial vai responder ao crime em liberdade junto com o amigo, apontado como\n coautor. Osni Ribeiro de Lima é acusado de ter colaborado para a fuga do PM,\n mas jánbsp;está em liberdade desde o início do ano.nbsp;\n \n Os\n desembargadores, que concederam o habeas corpus, determinaram que o policial\n seja removido para trabalho administrativo e que se recolha em casa a partir\n das 22h.\n \n Ike,\n que era auxiliar de enfermagem, foi morto no dia que completaria 30 anos.\n “Enquanto o julgamento não sai esse homem vai estar livre”, finaliza Tatiana.\n \n \n \n \n