Polícia
19/07/2012 09:00:00
"Ele era tudo que eu tinha", diz mulher de empresário morto por PMs em SP
Um pesadelo. É assim que a publicitária Lélia Pace Prudente de Aquino, de 35 anos, define os instantes após saber da morte de seu marido, o empresário Ricardo Prudente de Aquino, alvo de disparos de policiais militares na noite de quarta-feira (18), na Zona Oeste de São Paulo.
G1/LD
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\n \n Um\n pesadelo. É assim que a publicitária Lélia Pace Prudente de Aquino, de 35 anos,\n define os instantes após saber da morte de seu marido, o empresário Ricardo\n Prudente de Aquino, alvo de disparos de policiais militares na noite de\n quarta-feira (18), na Zona Oeste de São Paulo. "Para mim, ele é minha\n família. Ele é tudo o que eu tinha. Não sei como vou continuar daqui para\n frente."\n \n Lélia\n e Ricardo estavam juntos havia nove anos, sendo quatro como casados. A\n publicitária estava tentando engravidar, já que o casal não tinha filhos.\n "É tão difícil encontrar uma pessoa que você ame e que faça tudo por você.\n Ele era assim. Tinha um coração excelente, batalhador, sempre ajudava as\n pessoas. Amigo, companheiro."\n \n Segundo\n a Polícia Civil, a abordagem ao empresário ocorreu às 22h25, conforme indicaram\n as câmeras de segurança de prédios no entorno. Segundo o boletim de ocorrência,\n os policiais militares observaram que o veículo de Aquino, um Ford Fiesta,\n trafegava em alta velocidade e começaram uma perseguição. Outros carros e motos\n da PM fizeram o reforço. Ao chegar à Avenida das Corujas, no Alto de Pinheiros,\n o Fiesta foi fechado um carro da polícia. Sem que o motorista reagisse, os PMs\n atiraram. Um disparo atingiu a cabeça de Ricardo.\n \n A\n vítima foi socorrida ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.Tanto a\n Polícia Civil como a Polícia Militar estão comprometidas com a legalidade.\n Houve uma falha operacional e diante desse quadro [o delegado] Pedro Ivo\n decidiu autuar em flagrante os componentes dessa viatura, disse o\n delegado-seccional Dejair Rodrigues.\n \n Primeiras informações
\n Lélia afirma que soube da saída do marido da casa de um amigo através de um\n torpedo, na noite de quarta. O celular do empresário estava sem bateria, e quem\n enviou foi o colega.\n \n "Recebi\n o torpedo às 22h50, dizendo que ele tinha acabado de sair de Alphaville e\n estava vindo para casa. E não chegava. Esperei até meia-noite e pouco",\n recorda. "Fiquei pensando: será que ele parou em uma padaria? Será que foi\n no aniversário do amigo dele? Sabe quando você imagina tudo?", contou.\n \n Ela\n diz ter sido acordada por uma ligação dizendo que Ricardo havia sofrido um\n acidente de carro. "Pensava ser um trote."\n \n A\n Polícia Civil considera que os tiros dados pelos policiais militares foram a\n curta distância, e que houve falha operacional na conduta dos PMs. A corporação\n já havia admitido mais cedo que há indícios de falhas no comportamento do cabo\n e dos dois soltados. Eles foram autuados em flagrante por homicídio doloso e\n levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte.\n \n Ordem de parada
\n No carro, foram encontrados 50\n g de maconha, mas a Polícia Civil não sabe informar se\n isso teria eventualmente motivado o motorista a não obedecer a ordem de parada.\n Segundo o delegado seccional, os policiais alegaram ter atirado porque viram que\n o motorista tinha um objeto preto na mão. Apurou-se que o objeto era um\n celular, disse o delegado. Os PMs não tinham registro de má conduta. O\n empresário não tinha passagem pela polícia.\n \n A\n Polícia Militar emitiu nota para esclarecer a abordagem. "Ressalta-se que\n os Policiais Militares do estado de São Paulo são submetidos a treinamentos\n constantes quanto aos procedimentos operacionais padrão e que tal atitude será\n apurada com rigor, pois dão indícios de falhas de procedimento inaceitáveis.\n Dessa forma a Polícia Militar pede desculpas à família, à Sociedade e esclarece\n que, após as apurações, os envolvidos pagarão pelos seus erros na medida de\n suas atitudes", informa o texto.\n \n \n \n \n
\n Lélia afirma que soube da saída do marido da casa de um amigo através de um\n torpedo, na noite de quarta. O celular do empresário estava sem bateria, e quem\n enviou foi o colega.\n \n "Recebi\n o torpedo às 22h50, dizendo que ele tinha acabado de sair de Alphaville e\n estava vindo para casa. E não chegava. Esperei até meia-noite e pouco",\n recorda. "Fiquei pensando: será que ele parou em uma padaria? Será que foi\n no aniversário do amigo dele? Sabe quando você imagina tudo?", contou.\n \n Ela\n diz ter sido acordada por uma ligação dizendo que Ricardo havia sofrido um\n acidente de carro. "Pensava ser um trote."\n \n A\n Polícia Civil considera que os tiros dados pelos policiais militares foram a\n curta distância, e que houve falha operacional na conduta dos PMs. A corporação\n já havia admitido mais cedo que há indícios de falhas no comportamento do cabo\n e dos dois soltados. Eles foram autuados em flagrante por homicídio doloso e\n levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte.\n \n Ordem de parada
\n No carro, foram encontrados 50\n g de maconha, mas a Polícia Civil não sabe informar se\n isso teria eventualmente motivado o motorista a não obedecer a ordem de parada.\n Segundo o delegado seccional, os policiais alegaram ter atirado porque viram que\n o motorista tinha um objeto preto na mão. Apurou-se que o objeto era um\n celular, disse o delegado. Os PMs não tinham registro de má conduta. O\n empresário não tinha passagem pela polícia.\n \n A\n Polícia Militar emitiu nota para esclarecer a abordagem. "Ressalta-se que\n os Policiais Militares do estado de São Paulo são submetidos a treinamentos\n constantes quanto aos procedimentos operacionais padrão e que tal atitude será\n apurada com rigor, pois dão indícios de falhas de procedimento inaceitáveis.\n Dessa forma a Polícia Militar pede desculpas à família, à Sociedade e esclarece\n que, após as apurações, os envolvidos pagarão pelos seus erros na medida de\n suas atitudes", informa o texto.\n \n \n \n \n
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