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Polícia
06/11/2013 09:00:00
19 dias após invasão, Instituto Royal encerra atividades em São Roque
O Instituto Royal encerrou suas atividades em São Roque (SP). A informação foi divulgada em comunicado enviado nesta quarta-feira (6) pela assessoria de imprensa do laboratório.

G1/LD

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O\n Instituto Royal encerrou suas atividades em São Roque (SP). A informação foi\n divulgada em comunicado enviado nesta quarta-feira (6) pela assessoria de\n imprensa do laboratório. "Em assembleia geral extraordinária realizada\n entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de seu Conselho Diretor, vem\n a público informar a decisão de interromper definitivamente as atividades de\n pesquisa em animais, realizadas em seu laboratório de São Roque", diz a\n nota.\n \n O\n laboratório foi invadido por um grupo de ativistas na madrugada do dia 18 de\n outubro. Do local, foram levados todos os cachorros da raça beagle e alguns\n coelhos que eram usados em testes. Os ativistas acusam a empresa de maus-tratos\n aos animais, o que o Instituto Royal nega.\n \n A\n ação dos ativistas suscitou debates sobre o uso de animais em todo o país.\n \n No\n comunicado à imprensa, o laboratório relaciona o encerramento das atividades às\n "elevadas e irreparáveis perdas" que sofreu com a ação dos ativistas,\n o que significou "a perda de quase todo o plantel de animais e de\n aproximadamente uma década de pesquisas". A empresa também atribui a\n decisão à crise na segurança, que coloca "em risco permanente a\n integridade física e moral de seus colaboradores".\n \n O\n comunicado informa que a decisão de encerrar as atividades não afeta a unidade\n Genotox, que tem sede em Porto Alegre.\n \n Segundo\n o laboratório, os funcionários já foram comunicados sobre o desligamento. O\n laboratório empregava 85 pessoas, entre médicos veterinários, farmacêuticos,\n biólogos e biomédicos.\n \n Criado\n em 2005, o Instituto Royal é uma organização de sociedade civil de interesse\n público (Oscip) e está regularmente credenciado junto ao Conselho Nacional de\n Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério de Ciência,\n Tecnologia e Inovação (MCTI),nbsp; responsável por regulamentar o uso de\n animais em pesquisas no país.\n \n "O\n prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil\n inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente", conclui a nota.\n \n Veja a íntegra do comunicado do Instituto Royal
\n "Em assembleia geral\n extraordinária realizada entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de\n seu Conselho Diretor, vem a público informar a decisão de interromper\n definitivamente as atividades de pesquisa em animais, realizadas em seu\n laboratório de São Roque.\n \n Tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os\n danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 - com a\n perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de\n pesquisas -, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que\n colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores,\n os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do\n Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes\n mediante utilização de animais.\n \n Por este motivo, o Instituto decidiu encerrar suas\n atividades na unidade de São Roque.\n \n A interrupção acarretará o desligamento de\n funcionários, todos já comunicados da decisão. Mantém-se, por ora, o Comitê de\n Ética formado por colaboradores do laboratório, que conta com veterinários,\n biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais, conforme a legislação\n vigente. A decisão, por ora, não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre,\n onde não se faz experimentação animal.\n \n Com o intuito de preservar a integridade dos animais\n remanescentes que ainda estão sob seus cuidados, o Instituto Royal tomará as\n providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para\n assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados.\n \n Desde 2005, o Instituto Royal realiza testes\n pré-clínicos com vistas ao desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de\n doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia entre outros. Com essa\n decisão, interrompe-se o trabalho do único Instituto laboratorial do Brasil\n capacitado e regulamentado para exercer este tipo de pesquisa. A partir de\n agora, qualquer empresa interessada na realização de testes para registro de\n medicamento será obrigada a realizar suas pesquisas fora do País, até que outro\n laboratório seja credenciado pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle e\n Experimentação Animal) para essa atividade.\n \n Todos os testes desenvolvidos no Instituto Royal\n atendiam aos princípios de boas práticas de laboratório (BLP) e também às\n normas para cuidados dos animais do CONCEA, estando também regulamentadas por\n protocolos internacionais, tais como o da European Medicines Agency e da\n Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.\n \n O Instituto Royal acredita que as ações violentas\n ocorridas no dia 18 de outubro são resultado de dois fatores complementares: as\n inverdades disseminadas de forma irresponsável - e por vezes oportunista -\n associadas à falta de informação pré-existente. As consequências dos atos\n advindos dessa equação resultaram não somente em prejuízo para a instituição,\n que fecha suas portas, mas também e mais gravemente para a sociedade\n brasileira, que assiste à inutilização de importantes pesquisas em benefício da\n vida humana.\n \n É inquestionável o direito de todo cidadão ou\n instituição expressar suas opiniões e propor à sociedade brasileira o debate\n sobre temas de interesse público. Não se pode anuir, contudo, com as atitudes\n de violência que cercaram os episódios envolvendo o Instituto Royal. Uma\n sociedade organizada e civilizada não pode aceitar que a pesquisa científica\n seja constrangida por grupos de opinião que preferem o uso da força e da\n violência em detrimento das vias institucionais e democráticas para travar\n debates.\n \n O ambiente de insegurança gerou – e continuará gerando\n - prejuízos para a ciência brasileira, na medida em que não assegura aos\n cientistas um ambiente institucional adequado para o desenvolvimento de\n pesquisas cujo objetivo, em última análise, é o de salvar vidas. A consequência\n deste cenário de hostilidade é o desestímulo à fixação e permanência das\n melhores mentes científicas em nosso País.\n \n O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável.\n Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente."
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