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ImprimirO advogado Rodrigo Marques da Silva, 44 anos, que sequestrou um empresário em Coxim, acumula passagens pela polícia e já foi denunciado em ao menos dois casos. Um deles de apropriação indébita por ficar com R$ 39.838,08 de um cliente e por agredir homem para que ele assinasse o documento de entrega de uma caminhonete. O primeiro caso aconteceu em 2023 e o outro em 2019.
Conforme apurou o Campo Grande News, Rodrigo tem passagens por ameaça, dano, roubo majorado, apropriação indébita e furto. Em nenhum dos casos ele foi condenado, mas já foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e o pedido foi aceito pela Justiça.
Em novembro de 2021, o MP denunciou Rodrigo por roubo majorado. No documento, consta que em abril de 2019, o advogado teria roubado um iPhone, um relógio e um isqueiro de um cliente que ele forçou a assinar documento de entrega de uma caminhonete S10. Outras duas pessoas estavam no local e foram denunciadas por omissão de socorro.
Segundo os autos, a vítima foi chamada para ir até o escritório de Rodrigo na Rua da Paz, em Campo Grande, e chegou ao local por volta das 11h, para tratar de negócios junto com um casal. No local, o homem passou a ser ofendido pelo advogado e então se levantou e saiu da sala.
No entanto, ao chegar no elevador, encontrou outro homem e passou a ser agredido com socos, pontapés e um golpe de mata-leão, sendo levado novamente para a sala de Rodrigo, onde continuou sendo agredido até quase desmaiar. Neste momento, o advogado o forçou a assinar um contrato de entrega de veículo, sendo obrigado a deixar a caminhonete.
Logo depois, o advogado pegou o iPhone, um relógio e um isqueiro da vítima. Em seguida, fez ameaças dizendo que se a vítima não se mudasse, ele o mataria assim como sua esposa e filho. O caso foi registrado na Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos). O casal que estava no local, assistiu a tudo e não acionou a polícia.
A denúncia foi aceita pela 2ª Vara Criminal de Campo Grande e encaminhada para a 6ª Vara Criminal. Uma audiência de instrução e julgamento deve ser realizada em junho deste ano.
Apropriação indébita
Outra denúncia do MP foi feita no dia 28 de junho do ano passado. No documento consta que Rodrigo e outro advogado se aproveitaram da profissão para ficar com o dinheiro de um cliente. O valor seria referente ao processo de devolução de parcelas de um terreno pago.
Após a decisão da Justiça favorável ao cliente de Rodrigo, a imobiliária fez a devolução do valor na conta bancária do advogado, mas esse dinheiro nunca chegou nas mãos da vítima, que decidiu procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência. A denúncia do MP é de 31 de agosto de 2023 e foi aceita quatro dias depois pela 6ª Vara Criminal de Campo Grande.
Atuando na própria defesa, Rodrigo alegou que a culpa era da imobiliária que ignorou os dados da conta onde o valor deveria ser depositado e fez a transferência para uma em que havia dívidas e por isso o dinheiro ficou retido.
Ele afirmou ainda que negociou com o cliente para fazer o pagamento do valor parcelado, no entanto, o homem acabou indo até a casa da irmã do advogado e fez diversas ameaçadas. Nova dias depois, ele teria voltado ao local e ateado fogo em um veículo que estava na garagem da residência.
Com isso, ele alega que não conseguiu mais ir atrás dos valores para repassar ao cliente e também perdeu a comunicação com o mesmo. Ambos os casos foram denunciados à polícia, segundo o advogado. O caso ainda não foi julgado.
Sequestro
Na manhã desta segunda-feira (29), Rodrigo foi preso acusado de ter sequestrado um empresário de 62 anos. Na ocasião, testemunhas contaram que viram o advogado e outros dois homens na frente da casa do idoso em um veículo Fiat Cronos por volta das 7h30. Eles exigiam Pix no valor de R$ 250 mil e ameaçavam a vítima de morte.
O empresário foi levado com um saco na cabeça e depois levado para a região do lixão da cidade. Em seguida, os homens foram até o pátio de um posto de combustíveis com a vítima. No local, ficaram sabendo que a polícia já havia sido avisada, com isso os comparsas fugiram e o advogado foi preso.
Segundo o empresário, outro profissional que trabalhava no escritório de Rodrigo atuou em processo de seu interesse, mas houve desentendimento entre eles. Desde então, eles querem parte do dinheiro que a vítima recebeu na ação que já estava sob cuidados de outro defensor.
Em nota, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul) informou que adotará as medidas legais cabíveis, "inclusive de natureza disciplinar, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório".