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ImprimirAs investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Mineradora de Ouro apontam conexão entre o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) Osmar Jeronymo e o empresário Rubens Massahiro Matsuda, um dos denunciados ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) por emitir notas fiscais falsas para dissimular suposta propina paga ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Segundo relatório policial, Matsuda fez uma transferência no valor de R$ 250 mil a Jeronymo, em 2015. A informação foi obtida por meio da quebra do sigilo bancário do conselheiro. O propósito do pagamento feito pelo empresário ainda não foi identificado.
Rubens Matsuda foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) junto com Reinaldo, em outubro do ano passado, por lavagem de dinheiro. As apurações deram conta de que o empresário de Dois Irmãos do Buriti emitiu notas “frias” de movimentação de gado e carne - os “bois de papel” - para dissimular o pagamento de propina pela JBS ao governador do Estado.
Matsuda chegou a ter prisão decretada pelo STJ na esteira das investigações da Operação Vostok, deflagrada em 2018. Ele foi citado nas delações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que serviram de ignição para as apurações envolvendo Reinaldo.
Os resultados da Vostok deram sustentação à denúncia do MPF, que enquadra Reinaldo Azambuja como chefe de uma organização criminosa e beneficiado com R$ 67,7 milhões em vantagens ilícitas, pagas entre 2014 e 2016. Em troca, o tucano teria agido para beneficiar a JBS com isenções fiscais que custaram R$ 209,7 milhões aos cofres estaduais.
O repasse de Matsuda é apenas uma de várias movimentações suspeitas encontradas pela Polícia Federal nas contas e dados fiscais de Osmar Jeronymo. Os investigadores suspeitam que o conselheiro usava transações imobiliárias para lavar dinheiro de atividades criminosas. Há registros de negociatas com condenados e investigados por tráfico internacional de drogas.
Operação Mineradora de Ouro
Deflagrada na terça-feira (8), a Operação Mineradora de Ouro levou Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal às ruas para cumprir 20 mandados de busca e apreensão, em Campo Grande, Sidrolândia e Brasília. A investigação mira favorecimento de terceiros por servidores públicos, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, superfaturamento e contratação de funcionários “fantasmas”.
O balanço divulgado revelou R$ 1,6 milhão apreendido. Além de Jeronymo, os conselheiros Waldir Neves e Ronaldo Chadid também foram alvos da investida.
O TCE-MS ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.