Sheila Forato
ImprimirAntes de ser executado, o adolescente de 15 anos escreveu na perna, a caneta, que era fascinado pelo perigo. Confira a frase, inclusive com os erros:
“O perigo me facina. A liberdade me namora. Como diz o vida loka Só Deus sab”. Ele finaliza com os números 157, uma referência ao artigo do Código Penal que trata do roubo com emprego de violência e ameaça.
Era verdade, o perigo realmente fascinava. Apesar da pouca idade, o adolescente tinha uma extensa ficha criminal, alguns cometidos com requintes de crueldade. Eu sei, é difícil imaginar, principalmente para quem tem filho adolescente.
O que faltou? O que sobrou? Não é fácil responder. Os relatos policiais são de que a mãe do adolescente comia o pão que o diabo amassou em sua mão. Isso não é uma defesa, tampouco uma justificativa.
Na verdade, o adolescente foi registrado pela avó, quem ele retribuía com muita agressão. Os relatos policiais, principalmente da Militar, que constantemente atendia as ocorrências, são de que ele espancava a mãe com frequência. As surras sempre vinham acompanhadas de ameaças de morte.
Nesta quarta-feira (23), dia em que ele foi morto a tiros, em frente a casa da mãe, que na verdade é avó, ela estava com uma das pernas engessadas. Informações repassadas ao Edição MS é de que o gesso foi colocado em função de uma fratura sofrida durante um desses espancamentos.
O sofrimento era constante. Em menos de 30 dias ela foi parar na delegacia por fornecer bebida alcoólica ao adolescente, que tinha deixado a internação recentemente. Internação que aconteceu depois que ele matou esfaqueado um senhor de 60 anos.
As facadas foram desferidas para tomar a carteira de José Salvador Silva Filho, o Zé do Côco. Depois de ferir o idoso gravemente, ele fugiu do local. A vítima foi encontrada por terceiros e socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho de Campo Grande.
Segundo os registros policiais, esse homicídio não era o único crime cometido pelo adolescente, que usava drogas e já foi apreendido diversas vezes pela venda da mesma. A morte dele está sendo investigada pelo delegado da Polícia Civil, Fernando Ferreira Dantas.
Uma das hipóteses é que a morte seja em decorrência da rivalidade entre facções. Uma vez que a vítima se intitulava integrante de uma delas. Porém, o delegado disse que não tem informação que possa confirmar isso. O que se sabe, até o momento, é que ele foi alvejado por tiros disparados pelo ocupante de uma motocicleta.