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Polícia
02/05/2012 11:05:37
Bebê de 1 ano e dois meses morre e família acusa roubo de órgãos
Suspeita de erro médico após morte no Instituto Dante Pazzanese levou pais a pedir autópsia; legista do IML teria dito que órgãos foram removidos

Estadão/PCS

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\n \n A vendedora Josiane Angélica dos Santos, de Rancharia, interior de São\n Paulo, denunciou à polícia que seu filho, Enzo Gabriel Balbino, de 1 ano e 2\n meses, pode ter tido todos os órgãos do corpo retirados sem autorização no\n Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na capital paulista.
A criança era\n portadora de uma doença cardíaca congênita e seu estado era grave. Pela\n complicação do seu quadro, a criança fora transferida para o hospital em 16 de\n abril e morreu no último sábado, depois de passar por cirurgia.\n \n O Instituto Dante Pazzanese é referência no Estado em tratamentos cardíacos.\n O hospital nega qualquer irregularidade no tratamento e na realização do exame\n de necropsia e diz que trabalhou “dentro de procedimentos éticos” (mais\n informações nesta página).\n \n A família da criança desconfia que um erro médico teria causado a morte. Por\n causa disso, registrou Boletim de Ocorrência de morte suspeita no 36.° Distrito\n Policial (DP) de Vila Mariana, zona sul da capital paulista, exigindo necropsia\n do Instituto Médico Legal (IML). A criança apresentava, segundo o hospital, um\n quadro grave de cardiopatia, associada com outras deformidades congênitas. \n \n O corpo foi encaminhado para o IML Sul. Quando a família foi buscar o\n resultado, teria sido informada pelo legista de que não era possível determinar\n as causas da morte porque todos os órgãos da criança haviam sido retirados. “O\n legista disse que a criança não tinha nenhum órgão e que por dentro do corpo\n dele só havia serragem”, contou a inspetora de polícia Juliane Andréia dos\n Santos, que é irmã de Josiane e tia de Enzo.\n \n Nova denúncia\n \n A família informou que não tinha autorizado ao hospital doação de órgãos e\n decidiu abrir outro boletim, desta vez no 27.º DP, do Campo Belo, também na\n zona sul. A ocorrência foi registrada para apurar crime de remoção de tecidos,\n órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver em desacordo com a legislação.\n \n Antes de seguir para o IML, o corpo da criança havia passado por outra\n necropsia no hospital. O motivo também era investigar melhor a causa da morte -\n mas não previa a retirada dos órgãos. “Ficamos sem saber se os órgãos foram\n retirados no hospital ou no IML”, disse.\n \n De acordo com Juliane, o IML chegou a informar, posteriormente, que os\n órgãos tinham sido retirados e recolocados e que o procedimento é normal. Em\n relatório do IML, a causa da morte consta como “indeterminada”. \n \n Autópsia teve procedimento padrão, diz hospital\n \n A Secretaria de Estado da Saúde informou ontem que, por causa do feriado,\n não era possível fornecer detalhes sobre a necropsia do garoto Enzo - em\n especial, se houve retirada integral dos órgãos ou apenas de fragmentos.\n \n Em nota, o Instituto Dante Pazzanese informou que a criança morreu por causa\n da gravidade de seu quadro clínico e defendeu que a necropsia realizada no hospital\n foi realizada com autorização da família, para melhor investigar a causa do\n óbito. De acordo com a nota, o procedimento foi autorizado por meio de\n documento assinado pelos pais e duas testemunhas. “Todo procedimento foi feito\n respeitando os protocolos médicos previstos”, diz o texto do instituto. \n \n A Secretaria de Segurança Pública, pasta responsável pelo IML, não confirmou\n se o corpo chegou ao instituto sem os órgãos. Informou apenas que o instituto\n colheu materiais - sem deixar claro se eram dos órgãos ou de outras partes do\n corpo - para análise. O laudo deve sair em 30 dias. A reportagem não conseguiu\n contato com o legista do IML que atendeu Enzo.
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